A Secretaria Estadual da Saúde (SES) emitiu um alerta sobre o alto aumento de casos confirmados de dengue no Rio Grande do Sul desde o início do ano. São 216 registros em quase duas semanas, uma alta de 412% em relação a igual período no ano passado (42 ocorrências) e de 241% no comparativo com o mesmo intervalo em 2022 (63).
Em todo o ano de 2022, o Rio Grande do Sul teve 66.812 casos confirmados e 66 óbitos pela doença, transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti (assim como o zika vírus e a febre chikungunya). Já no ano passado, foram 38.221 confirmações e 54 perdas humanas.
A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica da SES, Roberta Vanacôr Lenhardt, destacar a incidência de casos durante todos os meses do ano , e não apenas no verão:
“A presença do evento climático El Niño, com chuvas volumosas associadas a altas temperaturas, predispõe ainda mais ao surgimento de criadouros do inseto. Essa situação reforça a importância do cuidado com o meio ambiente, tanto por parte da sociedade como dos gestores públicos”.
Capital
Em Porto Alegre, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) contabilizou 5.788 casos confirmados de dengue ao londo em 2023, contra 5.142 em 2022 (alta de 5%). A estatística abrange 5.286 contágios autóctones (ocorridos na própria cidade) e três mortes pela doença.
A maioria dos pacientes é de moradores da Zona Leste, que tem o bairro São José (próximo ao Partenon) o líder do ranking (1.678 testes positivos). Os dados são parciais e estão sujeitos a revisão pela Vigilância Epidemiológica da SMS.
Nesta semana, agentes de combate a endemias da SMS percorreram ruas do bairro Belém Velho (Zona Sul) para prestar orientações sobre a doença e eliminação de criadouros do mosquito transmissor, bem como sobre a leishmaniose visceral canina.
Surto
A Secretaria Municipal de Saúde de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, identificou um surto de dengue no bairro Estância Velha. Ao menos dez pacientes tiveram diagnóstico da doença na área desde o início de dezembro.
Com o objetivo de combate ao Aedes aegypti, na tarde de terça-feira (9) duas equipes do Departamento de Zoonoses da prefeitura aplicaram inseticida em área próxima ao posto de saúde local. Outra estratégia tem sido a realização em pente-fino em diferentes regiões da cidade, a fim de identificar e eliminar os focos de mosquitos.
“A pulverização deve se repetir entre sete e dez dias, nas imediações da unidade”, ressalta o veterinário Roger Halla, técnico do Departamento. O titular da pasta, Jurandir Maciel, acrescenta: “É fundamental que os canoenses colaborem no enfrentamento do problema, inclusive permitindo o acesso aos seus imóveis pelos agentes de saúde”.
(Porto Alegre)
Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul