21/01/2024 às 20h08min - Atualizada em 22/01/2024 às 00h10min

Abaixo-assinado exige reestatização da CEEE

Abaixo-assinado exige reestatização da CEEE - Jornal O Sul

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Após mais de 48 horas desde o temporal que assolou Porto Alegre, a Equatorial CEEE divulgou um vídeo motivacional anunciando reforços técnicos de outras empresas do grupo, visando restaurar a energia na capital gaúcha. Simultaneamente, a empresa emitiu uma nota assegurando que a situação estaria normalizada até o sábado. A previsão de apagões já havia sido alertada pela imprensa regional e autoridades políticas; um abaixo-assinado exige a reestatização da companhia de energia.

Deputados estaduais, como Matheus Gomes (PSOL) e Laura Sito (PT), utilizaram as redes sociais para criticar a gestão, associando-a aos impactos negativos da privatização da CEEE-D. O jornalista Juremir Machado também compartilhou ironias sobre a falta de informações precisas.

A previsão de apagões já havia sido alertada em 2021 pelo portal Brasil de Fato RS, destacando a saída de técnicos da ex-CEEE e o risco iminente de quedas de energia. A privatização da CEEE-D, adquirida pelo Grupo Equatorial Energia em março de 2021, foi apontada como a responsável pela significativa redução de quase mil funcionários, incluindo técnicos qualificados. Controlada pelo bilionário Jorge Paulo Lemann, a empresa figura como a distribuidora de energia de pior desempenho no País, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

A Associação das Pessoas Atingidas pelas Mudanças Climáticas (AMAC) iniciou um abaixo-assinado exigindo a reestatização da CEEE.

Em resposta à falta de energia elétrica, aproximadamente 25 pontos da cidade testemunharam protestos populares, incluindo bairros como Santana, Cristal, Restinga, Cruzeiro e AJ Renner. A população convocou inclusive uma manifestação em frente à Prefeitura de Porto Alegre na última sexta-feira (19), para tentar dialogar diretamente com o prefeito Sebastião Melo.

Sobre a CEEE

A CEEE foi uma empresa do setor elétrico brasileiro fundada na primeira metade do século XX. Atuava na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica destinados ao suprimento do Rio Grande do Sul. Em 1997, a CEEE teve a sua área de distribuição dividida em três empresas, sendo duas privatizadas (RGE e AES Sul), e apenas parte da área da região metropolitana de Porto Alegre e o litoral gaúcho continuou a ser atendido pela estatal.

Em 2006 ocorreu a reestruturação societária da Companhia Estadual de Energia Elétrica, em atendimento à Lei Federal 10.848 de 2004, surgindo o Grupo CEEE, formado pela empresa holding denominada Companhia Estadual de Energia Elétrica Participações (CEEE Par) e suas duas controladas: a Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE GT) e a Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE D), permanecendo o governo do estado do Rio Grande do Sul com o controle acionário e o poder de gestão de todas as empresas oriundas do processo de reestruturação.

A Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE D) distribui energia elétrica para um terço do mercado gaúcho através de 47 000 km de redes urbanas e rurais, localizadas em 72 municípios, fornecendo eletricidade a cerca de 1,5 milhões de clientes. Em 2021, em leilão realizado na B3, a empresa foi vendida para a Equatorial Energia. A nova controladora assumiu as atividades da empresa em julho do mesmo ano (com informações da Brasil de Fato e Associação das Pessoas Atingidas pelas Mudanças Climáticas – AMAC).


Créditos do texto/imagem: Jornal O Sul



Fonte: https://www.osul.com.br/abaixo-assinado-exige-reestatizacao-da-ceee/
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