Parece história de filme, mas é real. O corredor queniano Michael Saruni tentou trocar de lugar com um sósia para não fazer exame antidoping, em 2022. A estratégia, porém, não deu certo. Saruni acabou pego e, nesta semana, recebeu suspensão de quatro anos, válida até 2027. O gancho foi definido pela Agência Antidoping do Quênia (ADAK), que já tinha afastado provisoriamente o corredor no início do ano passado.
Saruni disputou os 800 metros nas Olimpíadas de Tóquio, chegando às semifinais. Em 2022, durante as qualificatórias quenianas para o Mundial de atletismo, ele teve um comportamento suspeito. Selecionado para o exame antidoping, o corredor começou a tossir muito e pediu para ir ao banheiro.
Ainda houve relatos de que, ao ser visto após a tentativa de troca com o sósia, Michael Saruni correu e pulou por cima de uma parede. Em sua defesa, o atleta alegou que nunca foi abordado para realização de exame antidoping, nem teve identificação pedida por membros da ADAK.
A agência queniana descarta esses argumentos e afirma que descobriu um pagamento feito por Saruni ao sósia, identificado como Dennis Mwangi. O corredor disse que o dinheiro ajudaria o amigo a lidar com despesas de hotel – versão também não acatada pela ADAK.
A suspensão de Saruni foi divulgada junto às de outros mais de 40 atletas quenianos. O país africano enfrenta uma onda de casos de doping, abrangendo vários esportes.