22/02/2024 às 11h53min - Atualizada em 22/02/2024 às 11h53min

"Red Nose", criminoso envolvido em mais de 30 homicídios no RS, é preso pela Polícia Civil

A Polícia Civil anunciou, nesta quinta-feira (22), a prisão de Maicon Donizete Pires dos Santos, 32 anos, conhecido como "Red Nose". O criminoso foi preso em Santa Catarina. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, Maicon era procurado há mais de seis meses por ser o responsável por uma série de homicídios recentes no Rio Grande do Sul, principalmente na Região Metropolitana.

 

Conforme a polícia, o conflito gerado por ele foi o que causou, entre outros, a morte da estudante Sarah Silva Domingues, na Ilha das Flores, morta por engano no final de janeiro.

 

Segundo o Departamento de Homicídios, as mortes aumentaram quando Red Nose tentou dar um “golpe de Estado” na facção criminosa à qual ele pertencia. Por ser o responsável financeiro do grupo, se apropriou de valores e armas para criar um novo grupo criminoso no Rio Grande do Sul.

 

Com o dinheiro, Red Nose passou a cooptar criminosos da facção anterior, mas também soldados do crime em Santa Catarina e Paraná.

 

— A resposta rápida foi pra não se deixar criar mais um grupo criminoso. Essa é a ideia da resposta rápida. Além de Paraná e Santa Catarina não se detectou vínculo com outros Estados. Ele procurou contatar individualmente com pessoas, e não vinda de outro grupo pro estado — explicou o chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré.

 

Ainda conforme os investigadores, antes desse golpe, em setembro de 2023, o preso era um criminoso de “menor expressão” e inclusive estava em liberdade.

 

A cidade onde a prisão ocorreu ainda é mantida em sigilo para não atrapalhar o andamento das investigações, já que buscas ainda são realizadas na região. O grupo comandado por Red movimenta cerca de R$ 1 milhão por semana com a venda de drogas.


O "Golpe de Estado"

 

Conforme o Deic, Red Nose integrava a facção nascida no bairro Bom Jesus, na Capital, e atuava junto à lavagem de dinheiro para o grupo. Quando o homem apontado como líder dessa organização, José Dalvani Nunes Rodrigues, vulgo Minhoca, foi transferido para uma prisão federal, fora do RS, Red o sucedeu e assumiu a liderança junto ao tráfico de drogas, especialmente no bairro Mario Quintana, segundo a investigação.

 

A polícia afirma que Red, neste período, arquitetou um plano para destituir o comparsa.

 

— Quando assumiu essa liderança, começou a montar um plano para crescer dentro do grupo, isolando o Minhoca. Em determinado momento, no entanto, ele se aliou a outras facções e deixou o grupo nascido no Bom Jesus. Por ter feito essa troca, as duas facções passaram a disputar pontos de tráfico e a ordenar mortes, entre agosto e setembro — pontua o delegado Cabral.

 

Os homicídios foram registrados principalmente na Zona Norte, onde atuam os grupos, entre os bairros Mario Quintana e Costa e Silva e na região do Timbaúva.

 

A investigação apontou que pelo menos sete homicídios registrados naquele período tiveram ligação direta com o conflito na Zona Norte, área que atualmente registra o maior índice de mortes em Porto Alegre. Para frear o confronto, a polícia desencadeou a operação Golpe de Estado, em que Red era alvo principal. O nome da ação é uma referência ao rompimento dele com comparsas. O trabalho envolveu mais de 200 policiais e resultou na captura de 14 envolvidos nos homicídios.



 

Créditos: GZH.


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