12/03/2024 às 06h42min - Atualizada em 12/03/2024 às 06h42min

Professora de Erechim está entre as melhores do Brasil no ensino da Matemática

Josiéli Tonin Pagliosa, professora da rede pública de Erechim, é uma das finalistas da Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr)

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Início da pandemia, período desafiador para a educação pública de base, que era 100% presencial. A professora de Matemática de Erechim, Josiéli Tonin Pagliosa, da Escola Estadual Normal José Bonifácio, criou contas nas redes sociais para oferecer reforço aos alunos de Ensino Médio e começou a dar aulas de casa, sem muitos recursos tecnológicos. 

“Era tudo muito recente e nenhuma escola tinha educação on-line na época. Precisei pedir um quadro emprestado e recebi ajuda do padre, que me emprestou o quadro da igreja”, conta. 

“Uma das atividades já incluiu até a jabuticabeira da Escola Estadual Normal José Bonifácio. Para ensinar princípios de geometria, levo os alunos ao pátio da escola, onde colhem jabuticabas e medem os frutos. Em grupos, os alunos trabalham, se divertem, aprendem e, claro, saboreiam as jabuticabas ao final da aula. Josiéli afirma que percebeu que o ensino tradicional não garantiria os resultados que esperava ter com seus alunos. “A pandemia acelerou a possibilidade de melhorar a didática, usando mais a tecnologia e ferramentas para construção de jogos, que os alunos já dominam. Nesse processo de adaptação, eu, com certeza, aprendi tanto quanto ensinei. Foi difícil, mas valeu muito a pena passar por essa fase”, conta emocionada a professora, que hoje faz mestrado e sonha com o doutorado logo ali mais adiante. 

E o reconhecimento vem dos alunos, dos pais, da comunidade escolar e agora via Olimpíada de Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMBr). Ela está entre os 20 finalistas do Brasil e o resultado será conhecido em um live realizada no dia 27 de março. 

A OPMBr também começou a ser formatada durante a pandemia em uma reunião online de engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).  

Adauto Caldara, do Conselho Executivo da Olimpíada, explica que o Brasil ocupa hoje a 65ª posição no ranking de 81 países que participaram do último Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), divulgado no final ano passado, levando em conta os resultados da área de Matemática. Por outro lado, faz parte da elite da Matemática mundial (nível 5 da Internacional Mathematical Union – IMU) com pesquisadores e professores reconhecidos mundialmente. 

Como prêmio, os 10 vencedores participarão em outubro de um intercâmbio técnico e cultural de 15 dias a Xangai para conhecer o Centro de Educação para Professores da Unesco (TEC Unesco) na Universidade Normal da China, levando em conta que o país figura sempre entre os de melhor desempenho no PISA.

Depois da viagem de premiação, o próximo passo previsto é a realização de 50 workshops – cada um dos premiados ministrará cinco – em 50 cidades definidas em parceria com o Ministério da Educação. 

O processo de avaliação dos professores participantes incluiu três etapas: uma prova, uma apresentação em vídeo ilustrando o trabalho desenvolvido em sala de aula e uma entrevista que teve, entre os avaliadores, o professor Cristovam Buarque, que é membro do Conselho Acadêmico da OPMBr.

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