18/04/2024 às 11h42min - Atualizada em 18/04/2024 às 11h42min

Motorista de aplicativo diz à polícia que idoso estava vivo no trajeto a banco

O motorista de aplicativo que transportou a mulher suspeita de levar Paulo Roberto Braga, de 68 anos, já morto para sacar um empréstimo em um banco na última terça-feira, dia 16, em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, disse, em depoimento que o homem estava vivo durante o trajeto.

Érika de Souza Vieira Nunes, de 43 anos, levou o tio até o banco para sacar um empréstimo de R$ 17 mil, que já havia sido concedido ao idoso.

"Ele chegou a segurar na porta do carro", disse o motorista. Segundo ele, o episódio ocorreu no momento do desembarque do veículo, no estacionamento de um shopping no bairro. Em seguida, Érika o colocou em uma cadeira de rodas.

O idoso e a mulher não foram deixados na agência bancária, conforme relatos do motorista, porque o acesso de veículos é proibido no local. Desta forma, Erika pediu para que o motorista encerrasse a corrida no shopping.

De acordo com a investigação, Érika contou com ajuda de outro homem para colocar o idoso no veículo ao sair da casa dele. Ainda conforme o motorista, a mulher precisou de ajuda porque o idoso não caminhava.

"Erika o segurava em um braço e o homem em outro", disse o condutor do carro de aplicativo. Uma das filhas da mulher também teria ajudado segurando as pernas do idoso e colocado no banco traseiro do veículo.

Rapaz que ajudou a colocar idoso em veículo também foi ouvido. Ele, que trabalha como mototaxista e conhecia o idoso e Érika, confirmou em depoimento que o homem estava vivo ao ser colocado no carro.

“Quando entrei na casa, Paulo estava deitado na cama. Peguei Paulo pelos braços com a ajuda de Erika, e o levei até dentro do carro. Consegui perceber que ele ainda respirava e tinha forças nas mãos”, relatou o rapaz que ajudou a colocar idoso no carro.

O que diz o laudo de necropsia

O laudo de exame de necropsia não confirmou se ele morreu antes de chegar ao banco ou no local. Conforme informações do UOL, o documento assegura não haver "elementos seguros" para afirmar que ele faleceu no "trajeto ou interior da agência bancária, ou que foi levado já cadáver à agência bancária."

O laudo diz ainda que o homem pode ter morrido até sete horas antes da gravação do vídeo na última terça-feira. O socorrista do Samu foi acionado às 15 horas, e ao chegar já encontrou o corpo com mudança de coloração, comum na pele de cadáveres.

O delegado Fábio Luiz, responsável pelo caso, acrescentou que as investigações prosseguem. “Ela tentou simular que ele fizesse a assinatura. Ele já entrou morto no banco”, explicou.

Conversa com o cadáver

Um vídeo, feito pelas atendentes do banco (assista abaixo), mostra que a todo tempo Érika tenta manter a cabeça do homem reta e conversa com o suposto parente, que não responde. “Tio, tá ouvindo? O senhor precisa assinar. Se o senhor não assinar, não tem como. Eu não posso assinar pelo senhor, o que eu posso fazer eu faço”, afirma a mulher.

“Assina para não me dar mais dor de cabeça, eu não aguento mais”, completa Érika. Nesse momento, as funcionárias tentam intervir e dizem que ele não parecia estar bem, comentando sobre a cor da pele do idoso.




Fonte: Oeste Mais.


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