Os olhos do governo federal e estadual estão voltados para o principal ponto de pousos e decolagens do Estado: o Aeroporto Salgado Filho, que teve as atividades suspensas no início de maio, quando foi inundado pelas águas do Guaíba. Desde então, trabalha-se para a recuperação dos espaços e para garantir a normalização das atividades.
Na terça (11), o terminal do aeroporto foi reaberto para transporte de cargas, feito pelo modal rodoviário. Nesta quarta (12), a Fraport Brasil, que administra o aeroporto de Porto Alegre, informou que, em atuação em cooperação com o Ministério de Portos e Aeroportos (Mpor) e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), trabalha “para que a recuperação do aeroporto ocorra da forma mais célere possível”.
No último dia 3, quando completou um mês após a suspensão das operações, iniciou-se o processo de limpeza do Terminal de Passageiros, acessos viários, pista de pouso e decolagem e taxiways.
A Fraport prevê encerrar a limpeza geral do Terminal, que consiste nas áreas públicas do piso 1, sala de desembarque doméstico e internacional, sala de embarque remota, corredor de serviço e doca doméstica e internacional, até domingo (16).
Depois disso, pretende iniciar a limpeza das áreas técnicas, como área de manejo de bagagens e data center. Enquanto isso, afirma que seguirá a limpeza técnica de equipamentos que dependem de desmontagem.
A empresa explica que, como muito dos equipamentos foram alagados, eles têm que ser removidos, desmontados e limpos. Só depois disso podem ser energizados para os testes. “Se forem energizados antes de todo esse processo, corre-se o risco de, inclusive, danificá-los ainda mais.”
Sobre o fornecimento de energia, ainda não foi reestabelecido no sítio aeroportuário. Segundo a Fraport, as subestações de energia, que recebem a energia da rede e distribuem ao sítio, precisarão ser reconstruídas. O Terminal de Passageiros funciona atualmente com geradores.
Está totalmente limpa a pista de pouso e decolagem, assim como as taxiways K e L.
Além disso, as vias de acesso em frente ao Terminal, e as que ligam ao antigo Terminal 2, já foram liberadas. Ainda conforme a empresa, “o processo de limpeza está bem adiantado, mas segue em andamento”, visto que ainda há muitas áreas, como as demais taxiways e os Pátios 1, 2, 3 e 4.
As extrações de amostra de solo e asfalto da pista de pouso e decolagem começaram na primeira semana de junho, mas, ainda nesta semana, mais extratos serão enviados para análise de um segundo laboratório.
O diretor de Infraestrutura & Manutenção da Fraport Brasil, Cássio Gonçalves, esclarece que “o objetivo é trabalharmos com três ou quatro laboratórios simultaneamente, para termos a melhor análise e reduzir o máximo possível o tempo dos ensaios”.
Outros testes na pista devem ocorrer nos próximos dias. Chamados de ensaios não destrutivos, o primeiro consiste em um escaneamento completo da pista por meio de um laser.
O segundo é o HWD (Heavy Weight Deflectometer, ou no português Deflectômetro de Impacto Pesado), que, conforme a empresa, se trata da medição para avaliar a condição estrutural da pista.
O resultado destes testes é aguardado para o decorrer de julho. “Só então será possível determinar os impactos sofridos e definir os próximos passos a serem tomados.”
A Fraport voltou a reiterar que as operações no aeroporto estão suspensas por tempo indeterminado e que a empresa só poderá ter uma previsão de abertura após o resultado dos diagnósticos, “tendo em vista que as análises que estão sendo feitas são de grande importância para a garantia de um retorno seguro aos passageiros, aeroviários e comunidade aeroportuária”.
Créditos do texto/imagem: Portal ABC Mais.