A Secretaria da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul anunciou que pessoas de 15 a 45 anos que utilizam o medicamento para a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) pelo Sistema Único de Saúde (SUS) passarão a receber a vacina contra o papilomavírus humano (HPV). A imunização terá início assim que os municípios estiverem organizados para realizar a aplicação.
A nova orientação da SES, baseada em uma nota técnica do Ministério da Saúde (MS), visa prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e cânceres causados pelo HPV. Cada município organizará a vacinação de acordo com as doses disponíveis. Caso seja necessário, cidades poderão solicitar mais vacinas à SES para atender à demanda.
Aline Sortica, técnica da Política de HIV/Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) da SES, explicou que cerca de 3.470 pessoas no Rio Grande do Sul utilizam a PrEP e estão dentro da faixa etária prevista (15 a 45 anos). Este grupo é majoritariamente composto por homens que fazem sexo com homens, mulheres trans e travestis, trabalhadores do sexo, além de homens cisgênero heterossexuais e mulheres cisgênero.
A PrEP é uma estratégia eficaz na prevenção do HIV, mas não protege contra outras ISTs, como o HPV. Aline Sortica destacou a relevância da vacinação:
“A incorporação da vacinação de HPV é muito relevante, já que os usuários de PrEP são pessoas sexualmente ativas que apresentam um risco aumentado não apenas para o HIV, mas para outras IST e para o HPV.”
O HPV pode causar verrugas genitais e levar ao desenvolvimento de cânceres no colo do útero, vulva, pênis, ânus e orofaringe. A transmissão pode ocorrer por contato sexual ou direto com pele ou mucosa infectada. Existem mais de 100 tipos de HPV, com pelo menos 14 sendo cancerígenos. A vacina quadrivalente (HPV4) oferecida pelo SUS protege contra as principais complicações da doença.
Até agora, o público-alvo da vacinação contra HPV incluía crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, pessoas vivendo com HIV e Aids, pacientes oncológicos, pessoas com papilomatose respiratória recorrente (PRR), transplantados e vítimas de violência sexual. O esquema de dose única para crianças e adolescentes imunocompetentes foi adotado recentemente para intensificar a proteção contra o câncer de colo do útero e outras complicações associadas ao vírus, conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
A PrEP é indicada para pessoas sexualmente ativas a partir dos 15 anos que apresentam risco aumentado de infecção pelo HIV. A prescrição pode ser feita por enfermeiros, farmacêuticos e médicos da atenção primária à saúde ou de serviços especializados.
Com a inclusão dos usuários de PrEP no programa de vacinação contra HPV, espera-se uma redução nas infecções por ISTs e nas complicações associadas ao vírus, reforçando o compromisso com a saúde pública e a prevenção de doenças no estado.
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