Uma reunião marcada para as 10 horas desta sexta-feira (12) vai definir o futuro dos aeroportos regionais de Torres, no Litoral Norte, e de Canela, na região das Hortênsias. Participam do encontro representantes da Infraero e do governo estadual.
Na pauta, a devolução da outorga dos dois aeroportos, que são tratados pelos governos estadual e federal como alternativas ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, de Porto Alegre, fechado por tempo indeterminado desde 3 de maio, quando foi alcançado pela enchente.
Atualmente os aeroportos de Torres e de Canela estão sob responsabilidade do Estado, que inclusive anunciou investimentos emergenciais nas últimas semanas. O governador Eduardo Leite (PSDB) já disse que, dependendo do Estado, “a devolução da outorga [dos dois aeroportos] é pra já”.
O encontro desta sexta-feira vai discutir os termos da devolução da outorga. O governo federal defende que seja definitiva. Nesta semana o ministro extraordinário da Reconstrução, Paulo Pimenta, disse que acredita no potencial dos dois aeroportos “para operações regulares e não somente durante o fechamento do Salgado Filho”.
O presidente da Infraero, Rogério Barzellay, deve participar da reunião. A expectativa é que se defina a devolução da outorga e inclusive os prazos para liberação das estruturas para operação comercial. Especialmente o aeroporto de Torres já está no radar das companhias aéreas.
Segundo o governador, dias atrás a Infraero informou que, após receber a outorga, conseguiria habilitar o aeroporto de Canela para receber voos de Gran Caravan (até nove passageiros) e, o de Torres, para receber voos de ATR (até 72 passageiros). Ambos os modelos são operados pela Azul.
Já no prazo de 45 dias, segundo o Estado, a Infraero entende que seria possível viabilizar voos de ATR em Canela e de aviões maiores, como Boeing 737 (como os usados pela Gol) e Airbus A320 (como os usados pela Latam e pela Azul), no aeroporto de Torres.
Estudo do governo do Estado indica que a economia gaúcha perde, por mês, cerca de R$ 400 milhões com o fechamento do Salgado Filho. Dos 2,4 mil voos que o terminal registrava por mês, em média, apenas 400 ocorreram nos demais aeroportos gaúchos em junho.
O aeroporto Salgado Filho continua fechado. Nesta segunda-feira (15) a concessionária Fraport deve divulgar a dimensão dos estragos causados pela enchente na pista, nas taxiways e no pátio de aeronaves, bem como o prazo da reforma. No mesmo dia os procedimentos de embarque e desembarque de passageiros voltam para o terminal de Porto Alegre.
No entanto, os aviões continuarão pousando e decolando na Base Aérea de Canoas (Baco). O deslocamento entre o Salgado Filho e a Base Aérea será feito em ônibus locados pela Fraport, a exemplo do que já acontece hoje no deslocamento entre a unidade e o ParkShopping Canoas, onde fica o terminal provisório da Fraport.
Nesta quinta-feira (11) o governo federal anunciou nova ampliação no número de voos na Base Aérea de Canoas. A maioria será alocada nos turnos da noite e madrugada. Também nesta quinta, um avião da Azul que havia saído de Campinas não conseguiu pousar em Canoas porque havia outro no pátio, chamando atenção para a limitação das operações comerciais na unidade militar.
Créditos do texto/imagem: Portal ABC Mais.