Com o retorno do frio, Defesa Civil organiza entregas de roupas e cobertores em Canoas

Com o avanço da frente fria que atingiu o Estado, houve a necessidade de um olhar solidário somado a ações visando a população que permanece em dificuldade desde as cheias que abalaram Canoas.

Houve procura por agasalhos desde o início da manhã desta segunda-feira (29) no Niterói

O retorno do frio fez com que a Defesa Civil organizasse uma série de ações para garantir doações de roupas e cobertores para as pessoas que necessitam.

A iniciativa começou no último final de semana no Rio Branco e teve prosseguimento nesta segunda-feira (29), quando começaram as doações na Praça Dona Mocinha, com o objetivo de atender os moradores do bairro Niterói.

Segundo o diretor da Defesa Civil de Canoas, Marcelo Pereira, este tipo de iniciativa irá se repetido ao longo de toda a semana nos bairros mais carentes.

“A Defesa Civil continua recebendo doações e organizamos as entregas conforme a exigência que percebemos em cada bairro”, explica. “Faremos ações no Mato Grande, Harmonia, Mathias Velho e Guajuviras”.

A população agradece. Isso porque uma parcela permanece se valendo de doações desde a perda da casa causada pelas cheias de maio, como lembra a moradora Silvana Oliveira, que acabou em um abrigo após ter a casa inundada.

“Eu consegui voltar para casa depois de muito tempo e desde então a gente está se adaptando do jeito que dá, porque perdemos tudo”, diz a dona de casa de 51 anos. “Então, sempre que tem doações, eu aproveito porque preciso”.

Já a vendedora Daiana Ribeiro, 38 anos, era moradora do bairro Mathias Velho, mas acabou abandonando a área para viver de aluguel em uma pequena casa no Niterói. Isso porque o medo de que o Mathias volte a inundar é grande.

“Não sobrou nada da minha casa no Mathias Velho e eu não sentia mais nenhuma segurança para continuar lá”, lamenta. “Estou com o meu marido no Niterói, mas a situação continua bem difícil”.

Além de auxiliar a população que tenta se reerguer desde a tragédia, há aqueles que continuam vivendo desesperançosos, sem um teto sobre a cabeça, buscando apenas o mínimo para continuar vivendo.

“Eu só quero conseguir um cobertor, porque está muito frio”, disse o morador de rua Inácio Gonçalves. “Para quem não tem muito, qualquer ajuda vale muito. Uma cobertinha hoje, com todo esse frio, já me salva”, afirmou o idoso de 61 anos.

Créditos do texto/imagem: Portal ABC Mais.