As comemorações do Bicentenário da Imigração Alemã continuam e, no dia 14 de agosto, quem gosta de história pode colocar mais um compromisso na agenda.
É o lançamento de dois livros comemorativos aos 200 anos da chegada dos imigrantes em São Leopoldo – Colônia Alemã de São Leopoldo: 200 anos de História (1824-2024)- um Almanaque e São Leopoldo: comemorações, reflexões e atualidades (1974-2024). Ambos são da Editora Oikos. O evento ocorrerá na Sociedade Orpheu, em São Leopoldo, às 18h30, com entrada gratuita.
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As duas obras foram pensadas a partir da Comissão Histórica do Bicentenário de São Leopoldo – 200 anos de Imigração Alemã no Brasil, prefeitura de São Leopoldo e o Instituto Histórico de São Leopoldo. O trabalho foi iniciado há quatro anos.
O historiador Martin Norberto Dreher, 78 anos, referência nacional quando o assunto é a imigração alemã, ao lado do pesquisador Erny Müggle, assina a organização do almanaque. “Dá para dizer que é uma enciclopédia sobre a imigração”, resume Dreher.
O livro tem 598 páginas e reúne 57 artigos de pesquisadores e historiadores da região e do Estado, muitos deles, ex-alunos e colegas de Dreher. Entre os nomes que assinam a publicação estão Dalva Reinheimer, Dóris Fernandes, Günter Weimer e Sandro Blume, além do próprio Dreher.
A publicação é um apanhado de fatos que envolvem ao menos 18 municípios que se emanciparam a partir de São Leopoldo. Nos textos, o leitor vai encontrar temáticas interessantes e até inéditas relacionadas à imigração, como o mundo da mulher, a culinária, os primórdios da industrialização, educação formal, produção de materiais didáticos e a organização religiosa.
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“É com os falantes de língua alemã que entra o pensamento histórico-crítico no Rio Grande do Sul”, pondera Dreher, lembrando que em 1789 havia ocorrido a Revolução Francesa, com ideais iluministas.
Dentre o time de autores que são historiadores e pesquisadores está o jornalista do Grupo Sinos Moacir Fritzen, que assina um capítulo sobre Helena Goellner. Ela testemunhou toda a sua família ser morta num ataque indígena no Roseiral (entre Linha Nova e Feliz) no ano de 1832.
A produção de Fritzen se diferencia dos demais por manter sua “veia” jornalística. “O texto foi intencionalmente escrito em primeira pessoa para dar voz a essa personagem que foi a única sobrevivente da sua família”, conta. “É como se ela própria acordasse de seu repouso eterno junto do seu túmulo no cemitério da Igreja Matriz São José, em São José do Hortêncio, e narrasse a sua própria história de vida”, completa.
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Conforme Dreher, responsável pela revisão de conteúdo do almanaque, a obra traz diversas narrativas de fatos e não de um romance. “Este é um livro para os municípios, as bibliotecas e pesquisadores. É um material para as escolares terem para podermos entender o mundo em que vivemos”, ressalta.
Já São Leopoldo: comemorações, reflexões e atualidades (1974-2024) é uma obra mais contemporânea, com 369 páginas e 18 capítulos. A obra é organizada por Marluza Marques Harres e Renê Gertz. Os artigos tratam sobre a história nos últimos 50 anos, com textos que abordam a presença dos índios, negros e demais comunidades que integram o município nos dias atuais.
Livro de número de 56 de Dreher será lançado em breve
Dreher aguarda uma oportunidade para fazer o lançamento de mais uma obra, a de número 56 em sua vida de pesquisador. Trata-se da publicação Breve história das migrações alemãs para o Brasil, também editada pela Oikos.
A obra extrapola os limites do Rio Grande do Sul e mostra a presença dos imigrantes falantes de língua alemã por todo o território nacional, incluindo Estados como o Pernambuco e Espírito Santo.
O livro já tem dois pré-lançamentos na Sogipa, em Porto Alegre, e no Instituto Ivoti. O escritor explica que a ideia é realizar a divulgação oficial da obra no Museu Visconde de São Leopoldo, ainda sem uma data definida.
Créditos do texto/imagem: Portal ABC Mais.