A Argentina reconheceu hoje Edmundo González Urrutia, candidato da oposição ao governo de Nicolás Maduro, como o "vencedor indiscutível" das eleições realizadas na Venezuela em 28 de julho.
"A República da Argentina, conforme adiantado no comunicado oficial emitido em 2 de agosto, conclui de forma inequívoca que o vencedor indiscutível das eleições presidenciais na Venezuela em 28 de julho é Edmundo González Urrutia. O povo venezuelano manifestou-se majoritariamente a favor de sua candidatura e a vontade do povo deve ser respeitada", afirmou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
Em 2 de agosto, o Ministério já havia expressado que estava acompanhando "com extrema atenção e preocupação os acontecimentos na Venezuela, para emitir uma declaração definitiva", corrigindo assim uma declaração anterior da chefe do ministério, Diana Mondino, que reconhecia Edmundo González Urrutia como o "legítimo vencedor e Presidente eleito".
No comunicado de hoje, a diplomacia argentina condenou "a apresentação de acusações criminais contra o candidato presidencial vencedor e o principal líder da oposição, bem como a detenção arbitrária de figuras importantes dos partidos políticos da oposição, jornalistas e trabalhadores da imprensa".
Além disso, reiterou o pedido de "pronto restabelecimento" do fornecimento de eletricidade na residência oficial da embaixada argentina em Caracas, que está "interrompido há mais de uma semana".
Seis políticos opositores ao governo de Maduro estão abrigados na embaixada desde março. Após a expulsão dos diplomatas argentinos da Venezuela pelo governo local, esses políticos foram colocados sob custódia brasileira.
Na terça-feira, o governo argentino, por meio de seu porta-voz, Manuel Adorni, declarou que não estava "em condições de proclamar qualquer vencedor" até ter "todos os elementos necessários para o poder fazer".
"Temos requerentes de asilo lá, agora sob custódia de outros países, e temos de ser muito cuidadosos, além do que consideramos ter acontecido na Venezuela", acrescentou.
Adorni também considerou "interessante" a possibilidade de realizar uma cúpula latino-americana sobre a situação na Venezuela após as eleições, embora tenha reconhecido que tal evento não estava "previsto nem excluído".
Posteriormente, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou em sua conta na rede social X que pediu ao seu ministro das Relações Exteriores, Javier Martínez Acha, para conversar com seus homólogos da região, convidando-os para um conclave no Panamá para abordar a questão da Venezuela e "promover mais ações de apoio à democracia e à vontade popular" na nação governada por Maduro.
Assim como grande parte da comunidade internacional, a Argentina considerou fraudulento o resultado validado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que deu a vitória ao atual presidente Nicolás Maduro para seu terceiro mandato consecutivo de seis anos no poder.
Créditos: Portal R7.