SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um juiz de Nova York recusou pela terceira vez se afastar do caso em que Donald Trump foi condenado por acusações envolvendo dinheiro pago para silenciar a atriz pornô Stormy Daniels. Ele voltou a rejeitar o argumento do ex-presidente dos Estados Unidos de suposto conflito de interesses relacionado ao trabalho de consultoria política feito pela filha do magistrado.
Assim como fez em abril passado e em agosto de 2023, o juiz Juan Merchan, em uma decisão divulgada nesta quarta-feira (14), negou um novo pedido dos advogados de Trump para que ele saísse do caso..
A sentença de Trump pela condenação no caso Stormy Daniels deve ser anunciada por Merchan em 18 de setembro.
"O réu não apresentou nada novo para este tribunal considerar. O advogado simplesmente repetiu argumentos que já foram negados por este e por tribunais superiores" e estavam "repletos de imprecisões e alegações não comprovadas", escreveu Merchan na decisão, datada de terça-feira (13).
Nessa nova tentativa, a defesa do republicano argumentou que o conflito de interesses existe porque a filha do magistrado fez um trabalho de consultoria política que teve campanhas democratas entre seus clientes -incluindo a malsucedida tentativa de Kamala Harris de buscar a nomeação presidencial democrata de 2020.
Kamala, agora vice-presidente de Joe Biden, será a candidata democrata para enfrentar Trump na eleição de 5 de novembro.
Os promotores do distrito de Manhattan, liderados por Alvin Bragg, consideraram o pedido de afastamento feito pelo advogado de Trump uma "tentativa frívola" de reabrir uma questão já resolvida duas vezes.
Em uma petição de 1º de agosto, afirmaram que a retórica do ex-presidente não sustenta por si só seu esforço de questionar a imparcialidade dos procedimentos.
Trump foi considerado culpado por um júri em 30 de maio por 34 acusações de falsificação de registros comerciais para acobertar o pagamento de US$ 130 mil (R$ 713 mil) feito pelo ex-advogado pessoal e "solucionador de problemas" Michael Cohen à atriz Stormy Daniels, para evitar um escândalo sexual antes da eleição dos EUA em 2016, quando o republicano venceu Hillary Clinton.
Falsificar registros comerciais é um crime sujeito a até quatro anos de prisão, embora sentenças como multa ou liberdade condicional sejam mais comuns para outros condenados por esse crime.
O ex-presidente e a atriz pornô teriam tido um caso extraconjugal após se conhecerem em um torneio de golfe, em 2006. Trump nega. Daniels contou em depoimento ter sido abordada por um segurança, que a convidou para um jantar na suíte do empresário. "Eu sabia que ele era mais velho, provavelmente mais velho que meu pai."
Inicialmente, ela recusou, mas depois cedeu. Durante o encontro ela afirmou que foi ao banheiro e, quando voltou para o quarto, Trump estava na cama só de cueca e de camiseta. "Fiquei surpresa", disse ela. "Eu não esperava que alguém estivesse lá, principalmente sem muitas roupas. A intenção era bastante clara."
Pouco depois, Daniels disse ter desmaiado. Sobre o ato sexual, ela afirma que Trump não usou camisinha e que ocorreu na "posição papai e mamãe". Em seguida, disse que saiu rapidamente do quarto sem dizer "absolutamente nada".
Créditos: Portal R7.