Ideias que saíram do papel em três escolas municipais de educação infantil da região estão entre 10 finalistas do concurso nacional: Meu Pátio é o Mundo.
Há projeto que incentiva reduzir o desperdício e consumo de papel, que auxilia no desenvolvimento e aprendizagem infantil em espaços externos naturalizados e que aproxima crianças de animais no ambiente natural da instituição de ensino.
Quem anda pela Estrada Fazenda Leão, no bairro Mônaco, fica surpreso ao passar em frente ou entrar na escola D. Pedro I, cujo projeto finalista é Olha que legal, tem uma galinha no nosso quintal. No pátio da entrada dá pra ver crianças de dois anos com galinha no colo ou sorrindo na corrida com coleguinhas para tentar pegar uma.
Na área dos fundos da escola, as galinhas Piu-Piu e Azul e um galo, ainda sem nome, andam livremente pela grama e são encontrados pelo cocorocó (fêmeas) e cocoricó (macho).
A Helena Gomes, com seus dois anos, não se inibe em levar as “cocós” para tudo que é lado. Até no balanço, Valentina Egres, 6, tem a companhia de uma das aves, sob o olhar de coleguinhas como a Cecília Berigula Dutra, também de 6 anos.
A criançada alimenta, brinca, coloca e tira do galinheiro e até já acompanhou o chocar das aves. Tudo começou quando os primeiros pintinhos chegaram na escola em 2022. Os alunos, conta a professora Tainá Ellwanger, tinham muito interesse pelos animais. “Meu pai (o eletricista Ricardo Ellwanger, 67 anos) cria galinhas e tinha pintinhos. Trouxe para escola e todos ficaram encantados. Por isso, começamos a construir o projeto e este ano iniciamos a aplicação”, explica Tainá.
Em 2023, lembra a coordenadora pedagógica Camila Almeida, ocorreu a construção do galinheiro com a ajuda da comunidade escolar. Ovos foram chocados na chocadeira e as crianças acompanharam todo o desenvolvimento. Depois de escutarem a história infantil A vaca que botou um ovo, a curiosidade dos pequenos foi intensa. Com a chegada do galo, a ideia é dar continuidade ao processo de novos pintinhos que nascerem na escola.
“É uma ideia fantástica, tanto que incentivei as professoras em 2022 a colocar no papel o projeto e para as crianças é benéfico porque tem o convívio de perto. Apesar de estarmos em zona rural, nem todos alunos são da área rural, pois vêm de outros bairros. Assim vão conviver naturalmente com o animal”, diz a diretora Juliana Port. A diretora está otimista com o concurso deste ano, já que em 2023 também foram finalistas com o projeto Somos únicos! Mas juntos fazemos a diferença neste planeta!.
Estância Velha
O projeto Natureza Brincante, da Emei Criança Feliz, consiste na criação e construção de espaços externos naturalizados, que auxiliem no desenvolvimento e aprendizagem infantil.
A comunidade escolar tem caixa de areia com tocos (poste cortados), estrutura da caixa e areia nova, areia em duas caixas e mais complementos nos pneus, fogueira de pedras fixa com bancos de troncos, pergolado (falta acrescentar cobertura inicial com folhas de coqueiros), plantio de trepadeiras diversas para geração de sombra (esponjas, porongo, maracujá, etc), caminhos de tocos (sinuoso e alturas aleatórias) e túnel aterrado (criação de elevações no solo).
Nos espaços extras, o plantio de muitas árvores frutíferas e sombrosas em locais estratégicos, mesa e bancos de troncos, fixação de cabana de madeira no solo com caixa de areia, caminho de madeira e espacinho da lama.
O projeto De Onde Vem o Papel, da Emei Cecília Graeff, é sobre a fabricação do papel. Como resolver o desperdício e o consumo excessivo do papel? A pergunta instigou alunos de cinco e seis anos a buscar uma solução e, com isso, a curiosidade sobre eucalipto e pinus, principais árvores, passou a fazer parte da pesquisa.
Vídeos educativos, materiais concretos e pedagógicos, fotografias contribuíram para ampliar o conhecimento do grupo que concluíram que a quantidade de papel contribui e minimiza os impactos de desmatamento e dos recursos naturais.
Com a descoberta impactante de que dez litros de água são usados para produzir uma folha de sulfite, as crianças também exploraram outras formas de desenhar e envolvendo-se na produção de papel reciclado artesanal, na Universidade Feevale com sobras de papéis e folhas usadas.
Créditos do texto/imagem: Portal ABC Mais.