SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Diferente do que ocorre no Brasil, a maioria dos fundos usados nas campanhas políticas de candidatos americanos vem de doações. Entre os maiores doadores dos partidos estão magnatas, megainvestidores e outros "tubarões" do mercado.
CAMPANHA NOS EUA É DIFERENTE
Eleições são decididas com grandes doações individuais. Segundo a organização OpenSecrets, que investiga os investidores de campanhas políticas nos Estados Unidos, Joe Biden recebeu 646 milhões de dólares, 61% do dinheiro de sua campanha, por meio de grandes doações. Já Donald Trump recebeu 396 milhões de dólares, 51,17% do dinheiro de sua campanha, pelo mesmo meio.
Dinheiro de campanhas é usado de várias maneiras. Os fundos são usados principalmente para pagar viagens para realização de comícios, impressões, correios, telemarketing e propagandas. Nas eleições presidenciais de 2020, foram gastos aproximadamente 14,4 bilhões de dólares durante a campanha, somando os gastos dos partidos Democrata e Republicano, segundo a OpenSecrets.
QUEM SÃO PRINCIPAIS DOADORES DE CAMPANHA DO PARTIDO REPUBLICANO
Timothy Mellon (fortuna de 14.1 bilhões de dólares). O maior doador da eleição até agora, com 115 milhões de dólares depositados na campanha de Republcianos, Mellon é engajado em causas da extrema direita e contribuinte de longa data do Partido Republicano. Ele vem da rica e tradicional família Mellon, e investe principalmente no setor de transportes nos Estados Unidos. Em junho, a Forbes noticiou que Mellon pagou 53 milhões de dólares para a construção de um muro na fronteira entre os EUA e o México.
Ken Griffin (38 bilhões de dólares). A 41° pessoa mais rica do mundo, Griffin criou o fundo de investimentos Citadel, que movimenta 59 bilhões de dólares em investimentos. Nesta eleição, já despejou 75 milhões em Republicanos, e doou para várias organizações durante sua vida, relacionadas com educação, segurança e com saúde, durante a pandemia de Covid-19. Ele já se pronunciou contra a taxação de super-ricos e a favor de Israel.
Miriam Adelson (32,6 bilhões de dólares). Viúva do magnata Sheldon Adelson, Miriam é a maior acionista da Las Vegas Sands, a maior operadora de cassinos nos Estados Unidos. Além disso, é dona da Adelson Clinic, consultório que trata dependência química, e do time de basquete Dallas Mavericks. Nascida em Tel Aviv, Adelson é a israelense mais rica do mundo, e contribui ativamente com políticos que defendam Israel. Em 2020, ela e seu marido foram os maiores doadores da campanha de Donald Trump, com 218 milhões de dólares em contribuições.
Richard e Elizabeth Uihlein (cerca de 6 bilhões de dólares). O casal é fundador do Uline, um dos maiores serviços de empacotamento e distribuição dos Estados Unidos, e doa para os Republicanos há décadas. Eles se posicionam contrários a sindicatos, contra taxas e anti-intervencionista, e investem em think tanks conservadores, como o Turning Point USA e o Sons Of Liberty. Richard já apoiou candidaturas contra direitos de pessoas LGBTQIA+ e contra o direito ao aborto.
Vince McMahon (cerca de 3,1 bilhões de dólares). Fundador e ex-diretor-executivo da WWE, maior liga de luta livre do mundo, também criou a liga de futebol americano XFL e a Federação Mundial de Bodybuilding. Nos últimos anos, investiu milhões de dólares no Partido Republicano e na caridade de Trump, a Donald J. Trump Foundation. Vince McMahon está sob investigações por abuso sexual.
Levantamento total de campanha de Donald Trump: 472,7 milhões de dólares, segundo a OpenSecrets.
CONHEÇA MAIORES APOIADORES DO PARTIDO DEMOCRATA
Michael Bloomberg (105 bilhões de dólares). Com 82 anos, o magnata é a 15ª pessoa mais rica do mundo, por ser é fundador e acionista majoritário da Bloomberg. Ele é conhecido dentro do partido Democrata, após se tornar prefeito de Nova York pelo partido entre 2002 e 2013, e depois por tentar se candidatar à presidência em 2020. Entretanto, perdeu nas eleições primárias para Joe Biden. O bilionário já doou mais de 17 bilhões de dólares para causas como segurança contra armas, mudanças climáticas e educação.
Reid Hoffman (2,5 bilhões de dólares). O fundador e diretor-executivo do LinkedIn foi o maior doador democrata em 2022, contribuindo com 28,7 milhões de dólares. Frequente nos círculos do Vale do Silício, foi um dos primeiros investidores do Facebook e da OpenAI, criadora do ChatGPT; trabalhou na Apple e ajudou a fundar o PayPal. Hoje em dia, toca sua própria empresa de inteligência artificial, a Inflection AI, e investe em pelo menos 37 empresas do segmento.
Stephen Mandel (2,5 bilhões de dólares). Mandel é criador do fundo de investimentos Lone Pine Capital e membro do conselho da ONG Teach For America, que leva recém-formados para lecionar em comunidades mais pobres dos Estados Unidos. Em 2020, ele doou um milhão de dólares para a Lincoln Foundation, um dos maiores comitês políticos anti-Trump.
Henry Laufer (2,6 bilhões de dólares). Matemático e investidor, ele criou com Jim Simons o fundo de investimentos Medallion. Até morrer, em maio deste ano, Simons era um dos maiores apoiadores do Partido Democrata. Laufer já foi considerado um dos "maiores ganhadores de Wall Street", e contribuiu tanto com a campanha presidencial de Hillary Clinton, em 2016, quanto com a campanha de Joe Biden, em 2020. Sua esposa foi conselheira do capítulo democrata na cidade de Brookhaven, em Nova York, entre 2001 e 2009.
Jackie e Miguel Bezos (estimado em 30 bilhões de dólares). Pais do criador da Amazon, Jeff Bezos, o casal foi o primeiro investidor do filho, hoje com fortuna de 195 bilhões de dólares. Eles são criadores e maiores investidores da Bezos Family Foundation, sociedade filantrópica que doa principalmente para educação e para hospitais de câncer.
Levantamento total de campanha de Kamala Harris: 497,5 milhões de dólares, segundo a OpenSecrets.
Créditos: Portal R7.