A Justiça da Comarca de Bagé, no Rio Grande do Sul, decretou a internação provisória de um adolescente de 16 anos, suspeito de ter cometido um ato infracional análogo ao crime de feminicídio contra sua namorada, uma jovem transgênero de 20 anos. A decisão foi tomada pela juíza Emanuelle Massing Stefani, no dia 31 de agosto, em resposta a um pedido do Ministério Público.
De acordo com a magistrada, o adolescente confessou ter sufocado e esquartejado a vítima após uma discussão. A juíza destacou que as evidências apresentadas são suficientes para justificar a medida, dada a gravidade do caso, que gerou grande comoção na comunidade.
“A conduta do adolescente foi extremamente agressiva. Ele não apenas tirou a vida da vítima, mas também se esforçou para ocultar as evidências, desmembrando o corpo e limpando o local do crime com água e cloro, antes de atear fogo no imóvel”, afirmou a juíza em sua decisão. Ela ainda ressaltou que, ao incendiar a casa, o jovem agiu sem qualquer preocupação com a segurança dos vizinhos, demonstrando um total desrespeito à vida alheia.
O crime ocorreu na sexta-feira (30), e segundo relatos, a motivação teria sido um ataque de ciúmes. Testemunhas e depoimentos indicam que uma discussão acalorada antecedeu o assassinato. O adolescente teria reagido após ser supostamente imobilizado pela vítima, usando o cabo elétrico de uma chapinha de cabelo para sufocá-la. Após constatar a morte, o jovem desmembrou o corpo, abandonando partes dele em diferentes locais.
O caso chocou a população local, não apenas pela violência empregada, mas também pelo fato de o adolescente ter enviado um vídeo aos familiares confessando o crime, no qual afirmava “não ter medo de matar ninguém”. Uma prima do acusado afirmou em depoimento que o jovem desconhecia que a vítima era transgênero.
A internação provisória do adolescente foi determinada para garantir a ordem pública e será cumprida em uma unidade socioeducativa em Pelotas, a cerca de 190 km de Bagé. O caso segue sob investigação das autoridades locais.
Fonte: G1.