Kesaria Abramidze, uma conhecida modelo transgênero da Geórgia, foi assassinada um dia depois do governo aprovar um pacote legislativo que impõe fortes restrições aos direitos LGBTQ+.
De acordo com o The Guardian, as autoridades confirmaram que Kesaria, que tinha 37 anos, foi esfaqueada até à morte no seu apartamento, no subúrbio de Tbilisi, na quarta-feira. Um homem foi preso, por ligações ao crime.
A modelo foi uma das primeiras figuras públicas do país a assumir ser transgênero e a sua morte está sendo associada ao controverso pacote legislativo aprovado na Geórgia na terça-feira (17), sobre “valores familiares e proteção de menores”, que permitirá que as autoridades proíbam eventos da comunidade LGBTQ+, assim como censurem filmes e livros sobre homossexualidade e afins.
A nova lei, que teria sido inspirada na legislação russa, proíbe também casamentos entre pessoas do mesmo sexo e cirurgias de redesignação sexual.
Este será, ao que tudo indica, um ponto de discórdia entre a Geórgia e a União Europeia (UE), em um momento em que o país fez um pedido de adesão à UE, tal como realçou na rede social X, Josep Borrel, vice-presidente da Comissão Europeia.
Apesar do motivo por trás do homicídio de Kesaria ainda não ser conhecido, “a sua morte foi rapidamente associada pela sociedade civil georgiana como parte de uma campanha estatal contra as minorias no país”, realça o The Guardian.
Desde que o partido no poder – Georgian Dream – assumiu uma postura antiliberal que os casos de violência contra pessoas LGBTQ+ aumentaram no país.
Enquanto isso, por todo o país são feitas homenagens a Kesaria, que representou a Geórgia no Miss Trans Star International, em 2018, e tinha mais de 500 mil seguidores no Instagram.
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Créditos: Portal R7.