O número de vítimas das enchentes catastróficas na Espanha chegou a 205 nesta sexta-feira (1º), tornando-se o maior desastre climático da Europa nas últimas cinco décadas. Diante da escala da tragédia, equipes de resgate abriram um necrotério temporário em um centro de convenções e lutam para alcançar áreas isoladas e afetadas pela destruição.
Em Valência, a terceira maior cidade do país, foram confirmadas 202 mortes, segundo as autoridades regionais, enquanto outras três mortes foram registradas nas regiões de Castilla-La Mancha e Andaluzia. Há ainda um número significativo de desaparecidos.
Na noite de terça-feira, Valência foi atingida por uma tempestade devastadora que, em apenas oito horas, despejou o equivalente a um ano de chuvas sobre a região. Isso provocou o transbordamento de rios e destruiu infraestrutura, como estradas, trilhos de trem e pontes. Três dias após o desastre, moradores seguem solicitando assistência urgente às autoridades.
Diante da calamidade, o governo espanhol mobilizou cerca de 500 soldados para ajudar na limpeza das ruas, distribuição de mantimentos e buscas por desaparecidos. As equipes de resgate continuam a busca por vítimas em áreas gravemente afetadas, incluindo bairros no sul de Valência e cidades próximas, como Paiporta e Torrent. As autoridades temem que muitos desaparecidos possam estar presos em veículos submersos.
A Polícia Nacional da Espanha prendeu 50 pessoas por crimes como furtos e roubos cometidos durante as enchentes, em um cenário que remete às tragédias no Brasil, quando criminosos exploram regiões devastadas para agir. Na madrugada de quinta-feira (31), cinco suspeitos foram flagrados em Aldaia tentando fugir de uma joalheria com cerca de 80 joias avaliadas em R$ 180 mil, mas acabaram detidos após uma perseguição a pé.
Ainda na quarta-feira (30), a Guarda Civil prendeu quatro homens que tentavam furtar equipamentos esportivos, celulares e videogames de um centro comercial. Com o auxílio de drones, as forças de segurança têm conseguido localizar vítimas, avaliar danos e prevenir novos crimes nas áreas devastadas.
Desde quinta-feira (31), mutirões organizados por meio das redes sociais têm mobilizado centenas de voluntários em apoio às vítimas, mas a Defesa Civil fez um apelo para que o fluxo de voluntários seja reduzido, a fim de evitar obstáculos nas operações de resgate.
Com cerca de 75 mil lares ainda sem eletricidade, equipes de bombeiros estão esvaziando tanques de veículos abandonados para abastecer geradores de emergência, buscando restabelecer a energia nas áreas mais críticas.