A hidradenite supurativa é uma doença que acomete 0,4% da população brasileira e causa impactos sociais e psicológicos na vida das pessoas. É uma doença inflamatória de pele, dolorosa e crônica, caracterizada por nódulos e caroços (semelhantes a furúnculos) que aparecem com em regiões de grandes dobras no corpo, como as axilas, sob as mamas, nádegas e virilha. Eventualmente pode surgir também no couro cabeludo, nuca e face(1) É frequente a evolução com crises, onde há inflamação das lesões e elas se tornam doloridas e inchadas. .Esses caroços – que podem ser de vários tamanhos, como uma ervilha até uma bola de gude – tendem a soltar pus, causando, muitas vezes um odor desagradável. Apesar de a hidradenite supurativa estar ligada à predisposição genética, a obesidade e o tabagismo podem ser gatilhos e agravar o quadro inflamatório(2).
Na maioria dos casos, a doença começa após a puberdade ou em adultos jovens – afetando de 2 a 5 vezes mais mulheres do que homens(3). "A doença tem um forte impacto na vida dos pacientes. Muitos têm dificuldades para andar, trabalhar e ter uma vida social normal", afirma o dermatologista Wagner Galvão, da Faculdade de Medicina do ABC e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Segundo Galvão, a doença costuma afetar a vida sexual das pessoas e até mesmo os relacionamentos. Como resultado, segundo o especialista, a hidradenite apresenta maior probabilidade de diagnósticos de depressão e ansiedade, em comparação a outras enfermidades, e os pacientes tendem a experimentar o isolamento social e dificuldades profissionais.
Apesar da gravidade, a jornada por um diagnóstico correto pode levar anos se não for submetido a uma análise de um dermatologista. "Muitas vezes o paciente procura outros especialistas, devido às características da doença, que são confundidas com infecções, o que dificulta o diagnóstico e o tratamento correto", analisa o médico.
Formas de tratamento
Não existe cura para a hidradenite supurativa. Mas com o tratamento precoce, o dermatologista pode ajudar no controle das lesões, evitando a progressçao para casos mais graves. O protocolo inclui terapias inovadoras, como, por exemplo, medicamentos biológicos, disponíveis atualmente também em planos de saúde privados e pelo SUS.
Referências