A última eleição colorada, que colocou Alessandro Barcellos na presidência e renovou 50% das cadeiras do Conselho Deliberativo no final de 2020, teve alguns problemas relevantes que podem ser indícios de fraude. Essa é a principal conclusão de uma perícia que foi feita, com autorização da Justiça, no sistema de votação usado pelo clube na eleição. O laudo foi concluído após quatro meses de trabalho e anexado na tarde de terça-feira, 10, a uma ação cautelar movida por 12 conselheiros, mas o CP teve acesso a trechos do documento.
O relatório, que já está à disposição do Inter e também dos 12 autores da ação, tem 106 páginas e, por exemplo, deixa em aberto a possibilidade de robôs terem participado da votação. Isso fica evidente quando o perito afirma que um determinado associado “tentou votar várias vezes no mesmo instante, o que seria humanamente impossível”. Importante ressaltar que o trabalho do perito não aponta culpados ou responsáveis, apenas as inconsistências do processo.
Em suas observações, o perito diz que “com base na doutrina, considerando os pilares da segurança da informação e sistemas: a Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade, não podemos considerar os sistemas como seguros pois foram comprometidos os pilares da Integridade e Disponibilidade.
Naquela eleição, realizada em 15 de dezembro de 2020, Alessandro Barcellos, da Chapa 5, superou o candidato José Aquino Flores de Camargo, da Chapa 3, no segundo turno das eleições coloradas. Barcellos teve 16.522 votos, contra 9.600 votos de Aquino. Também foram computados 565 votos em branco e 2.354 nulos. Ao todo, 29.041 dos 64.956 associados aptos votaram.