Diante da trágica ocorrência que abalou profundamente o município de Estação, no Norte do Rio Grande do Sul, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de Erechim foi mobilizada para oferecer suporte emergencial à comunidade escolar e aos profissionais afetados direta e indiretamente pela violência. Nos dias 17 e 18 de julho, uma equipe formada por psicólogas, enfermeira e médico psiquiatra esteve presente no município, oferecendo escuta sensível, acolhimento e apoio qualificado.
A mobilização ocorreu a partir de um chamado das autoridades regionais de saúde, que reconheceram a urgência de uma resposta técnica e humanizada diante do trauma coletivo. Para a diretora de Saúde Mental de Erechim, Juliana Deboni Conci, a atuação rápida e coordenada das equipes evidencia o papel vital da saúde mental no enfrentamento de situações-limite. “Não se trata apenas de uma intervenção técnica.
As ações foram cuidadosamente conduzidas, respeitando os tempos subjetivos de cada pessoa e promovendo espaços protegidos para a expressão emocional e a escuta. A psicóloga Luana Fontanella, que integrou o grupo de apoio, relatou a potência do trabalho silencioso e empático no território. “Nossa presença teve o propósito de sustentar esse momento de dor com delicadeza. O cuidado acontece, muitas vezes, na escuta silenciosa, no olhar atento, na companhia que não julga. Estar junto, mesmo sem palavras, já é um gesto de reparação”, afirma.
O secretário municipal de Saúde de Erechim, Vianei Müller, ressaltou o papel da solidariedade intermunicipal na construção de uma rede regional de cuidado que ultrapassa fronteiras administrativas. “Essa ação mostra a importância de termos redes articuladas e comprometidas com o cuidado. O sofrimento psíquico não respeita limites geográficos. Erechim se coloca como parceiro das cidades da região, especialmente nos momentos mais difíceis. É o SUS vivo, solidário e presente onde é mais necessário”, disse.
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