Focos de ferrugem asiática da soja são identificados na safra 2024/2025 no Rio Grande do Sul
Pesquisadores do governo monitoram o fungo, cujo avanço foi limitado por clima seco e ondas de calor
24/09/2025 09h23 - Atualizado há 1 dia
Fernando Dias/Ascom Seapi
O monitoramento realizado pelo DDPA/Seapi (Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação) e pela Emater/RS-Ascar sobre a ferrugem asiática da soja detectou altos níveis de esporos (infecção) nas semanas iniciais da safra 2024/25, com destaque para Muitos Capões (602 esporos), Três Passos (372), Ijuí (293) e Cruz Alta (205).
A doença, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, registrou as primeiras ocorrências já em outubro de 2024 no Rio Grande do Sul, logo após o fim do vazio sanitário, em lavouras de Cruz Alta.
Os resultados constam da Circular Técnica nº 29 – Programa Monitora Ferrugem RS. Outubro e novembro concentraram os maiores níveis de inóculo, seguidos por março. Entre as regiões, o Planalto Médio apresentou a situação mais crítica, com 5.584 esporos, seguido pelo Planalto Superior – Serra do Nordeste (2.908) e pelo Alto/Médio Vale do Uruguai (2.281). A análise indicou que os picos do fungo aconteceram logo após períodos de chuva e em condições de alta umidade relativa do ar.
Apesar da elevada infecção inicial, o clima freou a expansão da doença. A safra 2024/25 foi marcada pela neutralidade climática – sem predominância de El Niño ou La Niña –, mas com chuvas abaixo da média em grande parte do Estado e ondas de calor em fevereiro e março, quando as temperaturas ultrapassaram os 41°C.
Esses fatores reduziram a formação de novos focos e resultaram em avanço menor que o observado na safra anterior, quando o El Niño favoreceu a maior disseminação da ferrugem.
FONTE: O Sul