Pressionado por partidos da terceira via para desistir de sua pré-candidatura ao Planalto, o ex-governador João Doria (PSBD) afirmou nesta sexta-feira (20), estar “dialogando” ao ser questionado por jornalistas se aceitaria ser vice da senadora Simone Tebet (MDB-MS) na disputa presidencial. “Estamos dialogando, sempre conversando. O diálogo é a base da democracia”, disse em Goiânia. Nesta semana, os presidentes de PSDB, MDB e Cidadania deram aval ao nome de Tebet, mas a indicação ainda precisa ser referendada pelas executivas nacionais dos partidos.
Acompanhado do ex-governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), Doria afirmou que se reunirá com o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo no domingo, 22, em São Paulo, para discutir a viabilidade da candidatura. Ainda assim, o ex-governador tucano “avalia” a possibilidade de recorrer à Justiça para garantir sua participação na disputa à Presidência. “Com paz e entendimento se faz a boa política”, afirmou.
“Vamos respeitar as prévias e a vontade popular dos filiados do PSDB, mas sempre com diálogo”, afirmou Doria, que tenta aglutinar apoio dentro do partido. Em Goiás, o presidenciável conta com apoio das lideranças do Estado, representadas por Perillo. “Eu apoio o candidato do meu partido, defendo que o PSDB tenha nome nas eleições e não vou apoiar um candidato que não seja do PSDB”, disse Marconi à imprensa. Para o ex-governador de Goiás, o desrespeito às prévias “enfraquece” a sigla.
O aval da cúpula de PSDB, MDB e Cidadania ao nome de Tebet, questionado pela ala defensora de João Doria, teria como base os índices de rejeição da senadora, menores que o do tucanos, segundo pesquisas de intenção de voto. Os três partidos encomendaram um levantamento do Instituto Guimarães de Pesquisa e Planejamento (IGPP). A movimentação em prol da senadora desagrada, inclusive, ao grupo do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), também apoiador de candidatura própria, mas não do nome de Doria.
Em Goiás, Doria cumpriu agendas em Trindade, onde esteve no santuário e na Vila São Cottolengo, e em Goiânia, para reunião fechada com lideranças tucanas locais no Hotel Plaza Inn Augustus. O ex-governador de São Paulo defendeu o diálogo para que o País “não tenha apenas duas opções”, numa referência à polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).