A meta, dona do Facebook, lançou nesta quinta-feira (26) uma nova política de privacidade e atualizou os termos de serviços. O objetivo, segundo a empresa, é oferecer mais transparência ao usuário sobre como os seus dados são coletados, tratados e compartilhados. A companhia reforçou que não terá novos direitos sobre os dados pessoais. A nova política entra em vigor em 26 de julho.
Na prática, o intuito é facilitar a compreensão dos usuários sobre como são tratados os dados por meio de uma linguagem mais simples. A empresa atualizou a Central de Privacidade do Facebook com textos mais curtos que incluem perguntas e respostas, além de imagens e vídeos.
“Inspirados pelo feedback de especialistas em privacidade e dos usuários das nossas tecnologias, reescrevemos e redesenhamos a política para facilitar a compreensão das pessoas para que assim pudessem tomar decisões informadas sobre como desejam usar nossos produtos. Em segundo lugar, queríamos dar uma cara nova ao local onde as pessoas conseguem encontrar informações sobre as nossas práticas de dados e dar mais visibilidade às ferramentas e controles de privacidade disponíveis”, informou a Meta.
A plataforma apresenta, por exemplo, respostas a dúvidas comuns de usuários como a de que Facebook e o Instagram ouviriam as conversas privadas. “Não. Entendemos que, às vezes, os anúncios podem ser tão específicos que parece que devemos estar ouvindo as suas conversas pelo seu microfone, mas não estamos. Nós usamos o seu microfone apenas se você tiver nos dado permissão e estiver ativamente usando um recurso que precise dele”, responde a empresa, em uma das seções.
A mudança adotada pela Meta começará no dia 26 de julho, mas usuários já devem receber notificações a partir desta quinta em seus aplicativos. “Ao continuar usando os produtos da empresa após essa data, você aceita as atualizações desses termos de serviço”, informou a Meta.
Segundo a Meta, o novo formato da política de privacidade passa a funcionar nos aplicativos Facebook, Instagram e Messenger, além de produtos como Spark AR e Facebook View. O WhatsApp, embora também seja controlado pela Meta, não está contemplado com a mudança. Isso porque o aplicativo é operado por uma diferente dentro da companhia, o que implica em uma operação separada das suas políticas de privacidade. Também ficam de fora da mudança a rede social corporativa Workplace e o Messenger Kids.
Briga de titãs
O anúncio ocorre no mesmo dia em que Apple lançou sua primeira campanha publicitária sobre privacidade de dados em 24 países, incluindo o Brasil, e é mais um capítulo da disputa das big techs sobre o tema.
A Apple adotou no ano passado um mecanismo que dá a opção ao dono de seus aparelhos de não terem seus dados rastreados, o que ameaça complicar a estratégia de negócios de gigantes como Facebook e Google, que usam essas informações para gerar receitas vendendo anúncios direcionados em suas plataformas.
Ao mesmo tempo, órgãos reguladores do mundo inteiro tentam apertar o cerco às plataformas, seja por meio das questões relacionadas à proteção de dados pessoais ou direito do consumidor, ou em defesa do livre mercado para garantir uma concorrência leal.