Em todo o Brasil, existem 225 bancos de leite humano, a maior rede do mundo, que tem como propósito apoiar mulheres com dificuldade de amamentar e também coletar leite humano para fins de doação, principalmente para bebês prematuros e de baixo peso. Porém, essas unidades enfrentam um grande desafio para manter seus estoques de leite materno, ainda mais agora, com a proximidade do inverno, aliada à falta de informação e ao período de pandemia, ainda vigente no país.
Dados do Ministério da Saúde mostram que houve aumento de 7% no volume de doações em 2021, em comparação ao ano de 2020. No entanto, o quantitativo representa apenas 55% da real necessidade por leite humano no Brasil. O último levantamento feito pelo governo mostra que, em 2021, nasceram cerca de 353 mil bebês no Brasil. Cerca de 200 mililitros de leite humano doados podem alimentar até dez recém-nascidos. De acordo com a Pasta, a doação de leite humano também representa uma importante economia de recursos, uma vez que alimentar um prematuro com leite humano, ao invés de leites artificiais, traz impactos benéficos de curto, médio e longo prazos na vida da criança, e também há a diminuição da necessidade de compra das fórmulas infantis nos hospitais.
"Se para um bebê a termo o leite materno já traz incontáveis benefícios, para um prematuro ele pode ser uma chance de vida e de mais qualidade de vida na infância e vida adulta. O leite materno é, sem dúvida, o melhor alimento para o bebê prematuro. E, quando a mãe, por algum motivo, não consegue atender a demanda do próprio filho, o que é bem comum em casos de prematuridade, a segunda melhor opção é o leite humano de banco, que é doado e pasteurizado, perfeitamente seguro e ideal para esse bebê", explica Denise Suguitani, diretora executiva da ONG Prematuridade.com.
Importância do leite materno
O nascimento de um bebê prematuro ou de baixo peso (abaixo de 2.500g) configura uma urgência nutricional, uma vez que esses bebês têm baixas reservas de energia e proteínas. Este fato, por si só, pode causar o aumento do número de injúrias durante a internação e também do tempo de hospitalização da criança.
Denise pontua que, embora muitas vezes não ofereça quantidades adequadas de macronutrientes e micronutrientes para, isoladamente, manter o crescimento do prematuro, somente o leite materno tem fator protetor para diversas doenças e infecções e oferece componentes associados à melhora do desenvolvimento neurológico, psicológico e cognitivo do bebê. “Alimentar os bebês com leite materno já provou trazer diversos benefícios de longo prazo, como melhor desempenho escolar, melhor perfil nutricional e aumento do vínculo com a família, que pode ficar prejudicado pelo período de internação na UTI", ressalta Denise. “A ONG Prematuridade.com orgulha-se em ser trabalhar em parceria com a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH), para que todos os bebês prematuros que necessitem sejam atendidos pelas doações, de Norte a Sul do país”, finaliza Denise.
Para encontrar o banco de leite mais próximo e obter informações sobre como doar, acesse o site da rBLH (rblh.fiocruz.br/localizacao-dos-blhs) ou ligue 136.
Sobre a ONG Prematuridade.com
A Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com, é a única organização sem fins lucrativos dedicada, em âmbito nacional, à prevenção da prematuridade, à educação continuada para profissionais de saúde e à defesa de políticas públicas voltadas aos interesses das famílias de bebês prematuros.
A ONG é referência para ações voltadas à prematuridade e representa o Brasil em iniciativas e redes globais que visam o cuidado à saúde materna e neonatal. A organização desenvolve ações políticas e sociais, bem como projetos em parceria com a iniciativa privada, tais como campanhas de conscientização, ações beneficentes, capacitação de profissionais de saúde, colaboração em pesquisas, aconselhamento jurídico e acolhimento às famílias, entre outras.
Atualmente, são cerca de 5 mil famílias cadastradas, mais de 200 voluntários em 23 estados brasileiros e um Conselho Científico Interdisciplinar de excelência. Mais informações: https://www.prematuridade.com/.
Observatório da Prematuridade - A ONG também produziu o Observatório da Prematuridade, documento desenvolvido com base nos dados coletados pela Numb3rs Analytics e nas altas hospitalares codificadas pela plataforma Valor Saúde Brasil by DRG Brasil® no período de 1º de janeiro de 2019 a 30 de setembro de 2021. O material reúne diversos cenários de todo o país, como números de partos por tipo (vaginal ou cesareana); quantidade de leitos de UTI neonatal; número de consultas de pré-natal realizadas; quantidade de pediatras por estado; faixa etária das mães (uma vez que complicações gestacionais e no parto representam a principal causa de morte entre meninas de 15 a 19 anos mundialmente, pois existe maior risco de problemas – entre os quais a prematuridade-, segundo a Organização Mundial da Saúde), entre outros.
O conteúdo completo está disponível no link https://prematuridade.com/_files/view.php/download/pasta/1/61f96b65a3779.pdf.