23/06/2022 às 15h40min - Atualizada em 24/06/2022 às 00h00min

Covid-19: Custo mediano de diária de UTI é de R$ 1.778

Dado, referente a 2021, consta do Boletim Informativo Planisa; alta de casos preocupa

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Apesar da queda nas mortes por Covid-19, os números de registro da doença têm aumentado. A média móvel de casos de Covid-19, que considera os últimos sete dias, voltou a subir e apresentou um crescimento de 171% na última quarta-feira (22 de junho), em comparação ao índice registrado há um mês, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O cenário impacta no custo assistencial hospitalar. De acordo com levantamento da Planisa, empresa líder em soluções de gestão de saúde, do BIP (Boletim Informativo Planisa), em 2021, o custo mediano de diária da UTI Adulto Covid foi de R$ 1.778, com taxa de ocupação média de 72,6%; ante R$ 1.754 e taxa de ocupação de 61,8% em 2020. O BIP conta com a participação de hospitais privados e públicos de todo território nacional.

Quando analisados os hospitais por natureza jurídica, nas unidades privadas com fins lucrativos o custo mediano da diária com taxa de ocupação média de 72,6% foi de R$ 2.075 no ano passado.

Já nas instituições geridas por Organizações Sociais de Saúde, o valor foi de R$ 2.049 e, nos hospitais privados sem fins lucrativos, R$ 1.483.

De acordo com o diretor de Serviços da Planisa e especialista em gestão de custos hospitalares, Marcelo Carnielo, em hospitais com grande volume assistencial que atendem próximo de sua capacidade instalada, o custo unitário é menor do que em hospitais que têm baixo volume de produção. O custo fixo alto, normalmente presente nos hospitais, torna indispensável a utilização da capacidade instalada. “Essa variável é a principal justificativa de custos unitários de diárias elevados nos hospitais. Ao contrário do que imaginamos, temos muitos hospitais ociosos, principalmente os hospitais de pequeno porte, além de que os hospitais filantrópicos possuem isenções de encargos sociais que diminuem significativamente os custos da folha de pagamento, além de outras isenções”, salienta.

Carnielo ressalta que a medicina preventiva é muito mais barata do que se tentar tratar ou curar uma pessoa já doente. “Embora 80% da população já tenha tomado pelo menos duas doses da vacina, nos grupos mais jovens, por exemplo, a imunização está abaixo da média considerada satisfatória”, diz. Dados do Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) apontam que na faixa etária de 40 a 44 anos, o percentual do nível de vacinação é de 49,8%. Entre pessoas de 18 a 19 anos, o percentual é de apenas 25,2%.

Os custos com o crescimento de casos da Covid somam-se ao tratamento das sequelas provocadas pela doença e à volta da realização de cirurgias eletivas. O diretor da Planisa lembra que, de modo geral, a receita não aumentou na mesma proporção que os custos e as despesas, o que traz preocupação, principalmente aos hospitais filantrópicos, que enfrentam grave crise financeira. “O foco deve estar na seguinte questão: não em quanto custa uma diária hospitalar ou um pacote cirúrgico, mas quais ações efetivas precisarão ser realizadas para diminuir o custo assistencial da pessoa ao longo de sua vida”, conclui.


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