28/06/2022 às 16h27min - Atualizada em 29/06/2022 às 00h11min

Mulheres empreendedoras foram as mais afetadas na pandemia

Características e mudanças do empreendedorismo feminino durante a pandemia no Brasil

SALA DA NOTÍCIA Redação

De acordo com o relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM), produzido pelo Sebrae e pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, o Brasil subiu duas posições no ranking global de empreendedorismo total, que indica o percentual da população adulta ocupada como empreendedor, ficando no quinto lugar, em 2021. 

Houve crescimento também entre os negócios com mais de 3 anos, os chamados empreendedores estabelecidos, atingindo o percentual de 9,9%, em 2021 - 1,2 ponto a mais que no ano anterior. O dado parece otimista, principalmente em um cenário de crise sanitária, mas não faz parte da realidade das mulheres, que representam 34% dos empreendedores brasileiros e estão à frente de 10,1 milhões de negócios espalhados pelo país, segundo um estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

É fato que a motivação ao empreendedorismo no Brasil ainda é para ter ou completar renda, tanto que a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2021 aponta que 48,9% dos novos negócios no país são abertos ou mantidos por necessidade. O mesmo relatório do ano de 2020, mostra que 55% das mulheres brasileiras decidiram iniciar seus próprios negócios para obter renda. 

Os impactos da pandemia nos empreendedores do país foram inúmeros, mas com o recorte de gênero é possível identificar como atingiu ainda mais as mulheres. A pesquisa realizada pelo Nubank, Sebrae e BID mostra que, nos primeiros sete meses de 2021, os negócios liderados por mulheres passaram a ganhar 23% menos do que os liderados por homens. O estudo também aponta que a mulher precisou lidar com a dupla jornada de trabalho, historicamente ligada a elas, mas intensificada com o fechamento de escolas e creches. 

“É imprescindível que haja um trabalho social para fomentar o empreendedorismo feminino, pois a realidade da mulher no Brasil é diferente da dos homens, tornando ainda mais difícil que elas conquistem a estabilidade de seus empreendimentos. Então, educar essas mulheres sobre os processos de construção de uma empresa, dar acesso à educação financeira e proporcionar estrutura social para que elas possam se dedicar a seus negócios são fatores fundamentais, além de ser o caminho mais justo”, afirma Gabriela Chaves, economista e CEO da NoFront - Empoderamento Financeiro. 

Um exemplo de como a educação financeira fez diferença no negócio é o da empreendedora baiana Hegair Pereira. O empreendimento no ramo de agroecologia começou durante a pandemia e, após quase dois anos, a empresária e mãe consegue projetar o futuro. “Com a educação financeira, consegui avançar não apenas no meu negócio, mas aprendi a cuidar do meu dinheiro, dos meus gastos diários e hoje vivo do meu empreendimento", comenta Hegair, aluna do curso de educação financeira da NoFront.

Com o acesso à educação financeira, é possível que mais mulheres adquiram os conhecimentos necessários para se tornarem empreendedoras e alcançem estabilidade. Por isso, é fundamental incentivar e permitir que mais mulheres entendam sobre gestão financeira e consigam gerir seus empreendimentos.


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