30/08/2022 às 08h13min - Atualizada em 30/08/2022 às 08h13min

Jovem é indiciado por tentar matar pároco às margens do Rio Taquari

Agora no Vale

Foi encaminhado ao Poder Judiciário nesta segunda-feira, dia 29, o inquérito policial que apura o crime de tentativa de latrocínio contra o Pároco da Igreja Matriz de Encantado, ocorrido no dia 7 de agosto em Cruzeiro do Sul. O religioso foi atacado por uma rapaz de 18 anos às margens do Rio Taquari, em uma estrada não pavimentada, nas imediações da Rua Emilio Treter Sobrinho, no Bairro Centro.

De acordo com o delegado Dinarte Marshall, as diligências levadas a efeito pela Polícia Civil de Cruzeiro do Sul revelaram que, na data dos fatos, o padre teria ido de Encantado a Lajeado com o veículo GM Cobalt, pertencente a Mitra Diocesana.

A vítima contou à polícia que tinha o costume de passar por Lajeado para entregar sacolas com gêneros alimentícios a famílias menos assistidas, que já conhecia. Na noite dos fatos, no Centro de Lajeado, encontrou-se com o autor do crime, um homem de 18 anos, sem antecedentes criminais – o qual era conhecido da vítima por receber as cestas em oportunidades anteriores -, e então percorreram algumas ruas da cidade de Lajeado tomando rumo para Cruzeiro do Sul, tudo na companhia de um adolescente de 13 anos, primo do autor do crime.

Segundo a vítima, o autor teria efetuado contato telefônico anterior com o religioso, e solicitado que o mesmo viesse com o veículo GM Cobalt, uma vez que era sabedor que a Igreja possui outro veículo mais simples, com o qual já teria avistado o religioso em outras oportunidades.

Quando o trio chegou em Cruzeiro do Sul, adentrou na via não pavimentada que dá acesso à Beira do Rio Taquari, localidade conhecida popularmente como “prainha”. Neste local, o adolescente permaneceu no interior do veículo e o padre e o autor do crime se afastaram do veículo indo em direção à beira do Rio.

Segundo o adolescente, o autor do fato, seu primo, já portava a arma do crime em sua mochila (uma faca de cerca de 30 cm de lâmina) e que sabia não era costume do autor portar arma branca – em um claro indicativo da premeditação do crime.

A vítima contou à polícia que, em um momento de distração, quando estava de costa para o criminoso, foi golpeado no pescoço com a faca, momento em que entrou em luta corporal com o autor do atentado.

A vítima contou que conseguiu desarmar o jovem e jogar a faca no Rio, mas mesmo assim o autor passou a lançar pedras na vítima caída ao solo, segundo a investigação com a clara intenção de tirar a sua vida.

Ato contínuo, o religioso saiu ferido em busca de ajuda não sabendo o rumo tomado pelos dois homens. O padre foi socorrido por uma família em uma residência a algumas quadras do local dos fatos.

Conforme o delegado, apurou-se que foram subtraídos a mochila com a carteira, dinheiro, pertences pessoais e aparelho celular do religioso. O veículo não foi levado, pois os autores estavam sem a chave.

Segundo o delegado, O autor do fato foi interrogado e alegou legítima defesa, alegando que o Religioso teria dado mero indicativo de que iria lhe atacar. Contudo, admitiu que não costumava portar nenhuma arma branca e não soube explicar a razão de levar a faca consigo naquela ocasião. “Mentiu sobre o fato de não saber conduzir veículo, bem como que tivesse solicitado a Padre o passeio com o GM Cobalt”, informa o delegado. “Sobre os pertences da vítima, admitiu a subtração, indicando que teria repassado o aparelho celular a uma terceira pessoa a fim de que fosse vendido em uma loja de conserto de aparelhos celulares em Lajeado”.

O autor do fato foi indiciado pelos crimes de tentativa de latrocínio, que é o roubo seguido de morte na forma tentada, cuja pena é de 20 a 30 anos, antes da redução pela tentativa, bem como pelo crime de corrupção de menores, por ter cometido crime em companhia de um adolescente, cuja pena é de 1 até 4 anos de prisão. 

 

 


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