08/09/2022 às 08h40min - Atualizada em 08/09/2022 às 12h01min

Operação ataca lideranças de facções que tentaram acordo para encerrar guerra em Porto Alegre

Nesta quinta-feira (08/09), a Polícia Civil, por meio da 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (1ªDIN) do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) deflagraram a Operação Senhores do Crime. Confira nossos perfis no Instagram, Twitter...

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Nesta quinta-feira (08/09), a Polícia Civil, por meio da 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (1ªDIN) do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) deflagraram a Operação Senhores do Crime.

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A investida é resultado de investigações iniciadas em abril de 2022, na esteira de diversos crimes relacionados à disputa entre grupos de traficantes de entorpecentes que possuem comando sobre áreas centrais da Capital.

Foram cumpridas 23 ordens judiciais de busca e apreensão na região metropolitana de Porto Alegre e 32 mandados de prisão temporária. Dessas ordens judiciais, 5 delas são no interior de casas prisionais, sendo que 15 indivíduos já se encontram recolhidos no sistema prisional. As ações transcorreram em Porto Alegre, Gravataí, Charqueadas, Guaíba e Canoas. Trata-se da primeira fase de execução de medidas cautelares referentes a essa investigação.

A investigação comprovou que a série de homicídios ocorrida no primeiro semestre de 2022 em Porto Alegre, em especial no bairro Santa Tereza, poderia ter sido evitada se as lideranças do crime organizado tivessem concordado na divisão da área territorial do tráfico de drogas e se tivessem quitado suas dívidas entre si. Apurou-se que a cúpula das principais facções criminosas do Estado possui interligação e mantém constante negociação, intermediando a compra de armas e drogas entre si e, inclusive, fazendo acordos de paz e guerra em determinadas áreas de comunidades distantes e centrais em Porto Alegre.

O inquérito policial também apurou que diversos carregamentos de drogas e armas, possivelmente de fora do país, são trazidos para Porto Alegre mensalmente. Dentre os homicídios que o grupo criminoso é responsável, verificou-se pelo menos cinco poderiam ter sido evitados se os patrões não tivessem autorizado ou determinado a execução. Os homicídios ocorreram nos bairros Santana, Lomba do Pinheiro e Santa Tereza. Estima-se que esse número seja maior, tendo em vista a série ocorrida em Porto Alegre no final do ano de 2021 e primeiro semestre de 2022, que estariam relacionados aos grupos.

A investigação verificou uma conversa entre dois indivíduos que ocupam posições de liderança nas facções criminosas, na qual se tenta chegar a um acordo sobre a divisão de área territorial de narcotraficância em Porto Alegre. Na proposta, o criminoso tenta parar com a série de homicídios que está ocorrendo em Porto Alegre.

Na conversa, verifica-se que se trata da Vila Conceição e parte do bairro Santa Tereza, nas quais os indivíduos tentam decidir qual facção vai traficar em determinados pontos. Ao final, verifica-se que os indivíduos não chegam a nenhum acordo e que a guerra continuará.

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