23/09/2022 às 12h34min - Atualizada em 23/09/2022 às 18h50min

Esportes na infância: conheça os benefícios e como escolher a atividade ideal para cada faixa etária das crianças

A etapa de desenvolvimento em que cada indivíduo está inserido deve ser orientada por um profissional competente e especializado

SALA DA NOTÍCIA Fernanda Sene
Divulgação Bodytech
Não é novidade que atividade física e hábitos saudáveis são importantes em qualquer fase da vida, mas é na infância que são adquiridos gostos e hábitos em favor da saúde e do bem-estar. “Inserir os exercícios na rotina desde cedo possui vários benefícios, tanto para o presente quanto para o futuro, como: desenvolvimento motor, redução e controle de doenças cardiovasculares, fortalecimento do sistema muscular, controle de peso, melhora da resistência aeróbia, domínio do próprio corpo, melhora da postura e do equilíbrio, aumento da qualidade do sono, melhora da autoestima, do foco e da concentração”, orienta Paula Toyansk, Gerente Nacional de Kids e Acqua da Bodytech Company. 

Crianças ativas são mais saudáveis e, consequentemente, serão adultos com menos tendência ao sedentarismo. O esporte torna as crianças mais ágeis e resistentes, a prática regular e variada auxilia na formação neural, já que elas aprendem habilidades motoras diferentes. Além disso, as chances dos pequenos ativos se tornarem adultos apaixonados pelo exercício e com hábitos saudáveis são muito maiores. 

Os exercícios físicos, tanto individuais, quanto em grupo, liberam hormônios necessários para a saúde mental. A endorfina provoca sensação de prazer, bem-estar, previne e trata quadros depressivos e de ansiedade. Além disso, a atividade física ajuda a dormir melhor combatendo a insônia e estimulando o corpo na produção da serotonina. Ela funciona como um precursor da melatonina, que é o hormônio regulador do sono.

Correr, pular, girar e dançar são movimentos que fazem parte das brincadeiras da criançada. Além dos benefícios físicos, os jogos e as brincadeiras promovem a criatividade, a habilidade social, o raciocínio e o controle das emoções. Brincar ajuda a trabalhar valores necessários para as crianças, pois é durante esses momentos que elas se expressam e exercitam a fala. Coragem, desafios, medos e incertezas são sentimentos que elas praticam ao brincar.

Segundo alguns estudos, o exercício físico auxilia no aumento do foco mental e do controle executivo, que consiste na resistência à distração e manutenção do foco, bem como na memória de trabalho e na flexibilidade cognitiva. Isso significa que contribui para que as crianças sejam menos impulsivas e mais focadas, o que as torna mais preparadas para aprender.
 
Quando a criança brinca, por exemplo, de queimada ou participar de um jogo cooperativo, ela é estimulada a trabalhar as soft skills, como comunicação, pensamento crítico, resiliência e liderança. “Isso ocorre porque as aulas em grupo estimulam as crianças a desenvolver sua capacidade de interação com o mundo em que estamos inseridos, ajudando a se tornarem adultos mais saudáveis, equilibrados e conscientes”, esclarece Toyansk.

A participação em campeonatos contribui com a sociabilização e ensina as crianças a respeitarem as regras. Perder um jogo ou uma disputa é uma forma dos pequenos aprenderem a lidar com a frustração, ensinando a ser persistente e a driblar um obstáculo. Ganhar uma competição, colocar uma medalha no peito, é motivo de orgulho e bem-estar, o que auxilia na melhora da autoestima.

Para que uma criança participe de um campeonato, é importante que ela esteja inserida em uma rotina de aulas/treinos e habituada com situações de jogos. Além disso, o profissional que acompanha essa criança deve entender qual o momento mais adequado para ela participar destes eventos considerando não somente a condição física, mas também outros fatores, como idade, equilíbrio socioemocional e a própria vontade da criança.

A prática de esportes adequada à etapa de desenvolvimento em que a criança está inserida deve ser orientada por um profissional competente e especializado e é extremamente positiva. Ainda sim, pode ser vista como negativa quando: os pais impõem um esporte sem considerar a vontade da criança; a criança sente uma pressão muito grande dos pais e de outras pessoas por alta performance; a carga de treino (intensidade e volume) é maior do que o necessário; conflita com a rotina fisiológica da criança, exemplo: fazer atividade física em horários que esteja com muito sono à noite ou em horários que ela deveria se alimentar.

“De maneira geral, todas as atividades físicas podem ser praticadas na infância. Mas é importante adequá-las às fases e idades do desenvolvimento infantil. O ideal é que a criança também tenha um acompanhamento pediátrico para ficar de olho no progresso”, aconselha a profissional de Educação Física.

A criança é ativa por natureza, mas se ela não tiver estímulo, buscará o caminho mais fácil. Os videogames e jogos on-line, por exemplo, são muito atrativos. “Quando imaginamos um momento de lazer de crianças e adolescentes, deveríamos pensar em brincadeiras na praça, andar de bicicleta ou jogos com irmãos e amigos. É preciso buscar outras saídas e os pais devem estimular isso. Se quem cuida não incentivar essas atividades, fica mais fácil para a criança aderir a comportamentos sedentários”, pontua Paula.

É importante lembrar que os filhos se espelham nos pais. Se os adultos da família se alimentam bem e são ativos, inclusive nos momentos de lazer, as chances de as crianças adotarem esses comportamentos são maiores. Portanto, a busca pela atividade física não deve ser somente das crianças, mas também dos pais.

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