Poucas horas após Luis Inácio Lula da Silva (PT) vencer as eleições e se eleger como novo presidente do Brasil, a Noruega informou que vai retomar a ajuda financeira contra o desmatamento da Amazônia, congelada durante a presidência de Jair Bolsonaro, anunciou nesta segunda-feira o ministro norueguês do Meio Ambiente, Espen Barth Eide. “Em relação a Lula, observamos que durante a campanha ele enfatizou a preservação da floresta amazônica e a proteção dos povos indígenas da Amazônia”, disse. “Por isso estamos ansiosos para entrar em contato com suas equipes, o mais rápido possível, para preparar a retomada da colaboração historicamente positiva entre Brasil e Noruega”, acrescentou. A Noruega é o principal fornecedor de recursos para a proteção da floresta amazônica. Ela suspendeu sua ajuda em 2019, ano em que Bolsonaro assumiu a presidência. Durante o governo do líder de extrema-direita, o desmatamento na Amazônia brasileira aumentou 70%, um índice “escandaloso” nas palavras de Barth Eide, que disse que seu país entrou em um “confronto frontal” com Bolsonaro sobre a questão. De acordo com o ministro, 5 bilhões de coroas norueguesas (482 milhões de dólares) aguardam para serem utilizados no fundo de preservação da floresta amazônica.
Lula, presidente entre 2003 e 2011, afirmou no domingo, após o anúncio de sua vitória no segundo turno da eleição presidencial, que o Brasil está disposto a ter um papel de vanguarda contra a mudança climática e destacou que o planeta precisa de uma “Amazônia viva”. O presidente eleito disse que lutará pelo desmatamento da Amazônia e disse que o país será protagonista no combate às mudanças climáticas. “O Brasil está pronto para retomar o seu protagonismo na luta contra a crise climática, protegendo todos os nossos biomas, sobretudo a floresta amazônica”, disse. “Vamos lutar pelo desmatamento zero da Amazônia. O Brasil e o planeta precisam de uma Amazônia viva. Uma árvore em pé vale mais do que toneladas de madeira extraídas ilegalmente por aqueles que pensam apenas no lucro fácil, às custas da deterioração da vida na Terra”. Lula também repetiu que pretende reposicionar o Brasil no cenário global e falou em fortalecer o Mercosul. Buscou ainda fazer uma sinalização aos investidores.
*Com informações da AFP e Reuters