04/11/2022 às 08h41min - Atualizada em 05/11/2022 às 00h49min

Matador do tráfico estaria envolvido em sete execuções em cidades da Região Metropolitana

A Polícia Civil de Campo Bom está em fase de conclusão do inquérito sobre o sequestro seguido de execução de Luis Fernando da Cunha, de 42 anos, morador do bairro Alto Paulista, de Campo Bom, ocorrido no último dia 20. Ele foi retirado de casa à força por oito criminosos que portavam armas longas, vestiam...

Porto Alegre 24 Horas
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A Polícia Civil de Campo Bom está em fase de conclusão do inquérito sobre o sequestro seguido de execução de Luis Fernando da Cunha, de 42 anos, morador do bairro Alto Paulista, de Campo Bom, ocorrido no último dia 20. Ele foi retirado de casa à força por oito criminosos que portavam armas longas, vestiam roupas camufladas e coletes à prova de balas. O homem foi morto com mais de 20 tiros na Estrada Campo Bom.

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Após a execução de Luis, a quadrilha, dividida em dois veículos, seguiu em direção à Serra, quando confrontaram, em dois momentos, a Brigada Militar. A troca de tiros ocorreu em Bento Gonçalves e Carlos Barbosa quando três integrantes do bando foram mortos e outros quatro presos.

Os mortos foram identificados como Geison Michael da Costa, 29 anos, Geovane Ribeiro Farias, 39, e Levi Contreira Pires, 48. Dos três, Geison é figura carimbada da polícia na região do Vale dos Sinos. Ele é morador de Campo Bom e é alvo de diversos inquéritos policiais. Com a quadrilha, foram apreendidos dois fuzis, duas pistolas, uma carabina e uma espingarda calibre 12 semiautomática e coletes balísticos.

Conforme o delegado de Campo Bom, Clóvis Nei da Silva, os quatro presos serão indiciados por homicídio qualificado, cometido por motivo torpe, meio insidioso (emboscada), recurso que impossibilitou defesa da vítima e emprego de arma restrita. Além dos indiciamentos referentes à execução do morador de Campo Bom, o delegado também concluiu que os quatro criminosos deverão responder por tentativa de homicídio contra os policiais militares que efetuaram as prisões e enfrentaram forte confronto.

A motivação para o crime seria algum desacerto referente ao tráfico de drogas.

Grupo de extermínio da facção

Os criminosos mortos e os quatro presos após o confronto possuem vasta ficha criminal e são apontados pela polícia como um grupo de execuções de uma facção criminosa que comanda o tráfico de drogas. Na Serra, logo após as prisões, um dos presos relatou que a quadrilha se trata de um grupo de extermínio e, ao sair de Campo Bom, eles seguiam para a Serra onde matariam outro líder da facção, mas acabaram interceptados pelos policiais militares.

Dos três mortos, um é morador de Campo Bom. Geison Michael da Costa nasceu e sempre viveu no município. Sua ficha criminal é extensa e as acusações confirmam ainda mais a afirmação da polícia. Ele é suspeito de pelo menos sete execuções cometidas em municípios da região. Uma das execuções, inclusive, foi cometida no bairro Celeste, em Campo Bom. Em maio de 2019, o motoboy Douglas da Silva, de 31 anos, foi executado com dezenas de disparos de pistola 9 milímetros. Ele também é acusado de duas execuções em Vale Real, cometidas em outubro de 2018 e maio de 2019.

Indiciado por matar casal com 79 tiros em Araricá

Um dos crimes de maior repercussão no qual Geison é acusado de participação foi a execução do casal Adair Brizola da Silva, 31 anos e Mariel Barbosa, também conhecida pelo nome artístico Karuel, de 24 anos (foto ao lado), no dia 5 de junho de 2020, em Araricá.

Os dois foram brutalmente assassinados com 79 tiros com quatro armas de calibres diferentes, 556, 9mm, .40 e 12. No momento do crime, os dois estavam dentro do apartamento jogando vídeo-game quando os criminosos invadiram o imóvel, pularam a cerca e arrombaram a porta. O casal estava junto há três anos. Karuel não possuía antecedentes, já o namorado respondia por porte ilegal de arma de fogo e posse de moeda falsa.

Conforme o delegado Fernando Branco, que presidiu o inquérito, Geison foi indiciado como sendo um dos envolvidos na execução. “Identificamos ele e indiciamos. As apreensões do dia da morte dele (no confronto com a polícia) mostram que estávamos certos. Estavam agindo com o mesmo modus operandi”, disse o delegado. A acusação é de que Adair foi executado pela facção que comanda o tráfico de drogas na região e que Karuel foi morta por apenas estar ao lado dele ou talvez por ter reconhecido um dos executores, sendo que ela residia em Campo Bom, mesma cidade de Geison.

FICHA CRIMINAL DOS MORTOS EM CONFRONTO COM A BRIGADA MILITAR
GEISON MICHAEL DA COSTA, 29 ANOS

*Sete homicídios dolosos

*Dois tráficos de drogas

*Posse/Porte ilegal de arma restrita

*Roubo a pedestre

*Roubo de veículo

LEVI CONTREIRA PIRES, 48 ANOS

*Três homicídios

*Roubo a pedestre

*Três porte ilegal de arma de fogo

GEOVANE RIBEIRO FARIA, 39 ANOS

*Posse/porte ilegal de arma restrita

*Roubo a pedestre

*Roubo de veículo

*Porte ilegal de arma de fogo

*Quatro roubos a estabelecimentos comerciais

*Roubo à residência concurso de agente (com mais vítimas)

*Roubo a pedestre

*Disparo de arma de fogo

*Roubo a motorista com lesões

*Tráfico de drogas

(Jornal Repercussão)

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