Um soldado da Brigada Militar de Guaíba está sendo apontado pela Polícia Civil como o principal suspeito do assassinato da companheira. O policial militar foi preso em flagrante no último sábado (26), após a investigação descobrir indícios de que ele tentou simular o suicídio da vítima.
Mariana Canofe Marques, de 21 anos, foi encontrada morta dentro de casa, na Rua Cinco, bairro Cohab, em Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre. O caso está sob responsabilidade da delegada Karoline Callegari, titular da Delegacia de Polícia (DP) do município.
Conforme o boletim de ocorrência, o brigadiano chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) afirmando que a companheira havia se enforcado. Por volta das 9 horas, duas ambulâncias estavam estacionadas em frente à casa onde o casal morava quando uma equipe da BM, que realizava patrulhamento de rotina pelo bairro, parou para prestar auxílio. O imóvel foi isolado e a Polícia Civil acionada. O óbito foi certificado pela equipe de socorristas.
Durante o levantamento de informações no local, a polícia encontrou indícios que não eram compatíveis com a versão de suicídio contada pelo policial militar. De acordo com investigação, a vítima possuía uma lesão na cabeça incompatível com a história, além de sinais no pescoço que sugerem asfixia por esganadura. Além disso, a polícia detalha que o soldado teria relatado que arrombado a janela para entrar na casa e socorrer a companheira, mas que a abertura não tinha danos.
A morte teria ocorrido por volta das 2h30. O corpo da vítima foi recolhido para necropsia no Instituto Médico-legal (IML). A polícia aguarda o resultado do laudo.
O policial militar está preso sob custódia da BM. O nome e a idade dele não foram fornecidos pela polícia. A delegada afirma que já ingressou no Poder Judiciário a manutenção de prisão em flagrante para preventiva. Conforme a polícia, Mariana havia solicitado medida protetiva de urgência contra o companheiro, mas a ordem judicial não estava em vigor atualmente. Também há ocorrências por lesão corporal e perseguição registradas pela vítima contra o suspeito.
Como denunciar violência doméstica
Os casos de violência doméstica que viram processos no Poder Judiciário começam em diferentes canais do sistema de justiça, como delegacias de polícia (comuns e voltadas à defesa da mulher), disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas.
Disque 180
O Disque-Denúncia foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público.
Disque 100
O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos pois atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante. O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.
As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.
Polícia Militar (190)
A vítima ou a testemunha pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, vai uma viatura da Polícia Militar até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o homem é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas. Na audiência de custódia, o juiz decide se ele ficará preso ou será posto em liberdade.
Delegacia da Mulher
Um levantamento feito pelo portal Gênero e Número, mostra que existem apenas 21 delegacias especializadas no atendimento às mulheres com funcionamento 24 horas em todo o país. Dessas, só São Paulo e Rio de Janeiro possuem delegacias fora das capitais. (BG News)
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