Arita Bergmann, secretária estadual da Saúde, foi alvo de operação da Polícia Federal. Ela está entre os investigados na Operação Septicemia, deflagrada há 12 dias.
A residência e o gabinete da secretária foram alvos de buscas da polícia. O celular dela também foi apreendido.
Embora Arita ocupe o cargo de secretária estadual da Saúde desde 2019, as suspeitas investigadas pela polícia se referem a possíveis fatos ocorridos antes disto.
Arita se tornou alvo de investigação após análise de materiais apreendidos na operação Autoclave, de 2019, que tinha como objetivo investigar supostas irregularidades na prestação de serviços pela Organização da Sociedade Civil (OS) IBSaúde na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Scharlau, de São Leopoldo.
Em análise do celular de José Eri Osório de Medeiros, presidente do IBSaúde, a polícia identificou mensagens trocadas com Arita Bergmann, que levantaram a suspeita de que ela possa ter participado de um esquema de montagem de licitação em parceria com a OS, quando ainda era secretária de Saúde de São Lourenço do Sul, em 2017.
O IBSaúde recebeu, entre os anos de 2019 e 2022, cerca de R$ 250 milhões dos municípios.
Conforme diálogos que a investigação teve acesso, a OS forneceria uma “ajuda” para as secretarias de saúde municipais montarem seus editais e licitações, fazendo com que os termos sempre acabassem por tornar o IBSaúde apto a concorrer e vencer.
No caso envolvendo a secretária estadual de Saúde, que na época era secretária de São Lourenço do Sul, a OS teria ajudado a montar a licitação, mas desistido de concorrer por considerar os valores baixos.
A investigação também aponta que Arita possa ter articulado a colocação do IBSaúde na secretaria de Saúde de Pelotas. Ela comandou a secretaria do município entre 2011 e 2016.
Após a saída de Arita da secretaria de São Lourenço do Sul, o IBSaúde acabou sendo contratado pelo município. A OS também fechou contrato com Pelotas, município onde o filho de Arita acabou atuando como coordenador de serviços da UPA Areal.
Em contato com o site GZH, através de nota, a secretária estadual de Saúde disse:
“A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, assim que tomou ciência dos fatos, comunicou ao governador. Arita registrou à Polícia Federal o seu compromisso com a responsabilidade, probidade da gestão com a saúde do Rio Grande do Sul e com a transparência de todos os atos realizados no âmbito da Secretaria Estadual da Saúde, assim como ofertou, desde já, sua disponibilidade para levantamento de quaisquer dados sob sigilo, inclusive bancários e telemáticos. Cabe ressaltar, ainda, que, levando em conta o que já é de conhecimento público quanto ao teor da investigação até o momento, a operação visa apurar contratos firmados com prefeituras, não havendo qualquer relação com a gestão de saúde estadual. Mais uma vez, a secretária se coloca à disposição da sociedade para qualquer esclarecimento.”
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