18/01/2023 às 07h25min - Atualizada em 18/01/2023 às 07h25min

Polícia Civil prende foragido número 1 do Rio Grande do Sul em praia carioca

A Polícia Civil localizou e prendeu o foragido número 1 do estado nesta segunda-feira (16), no Rio de Janeiro, durante a Operação Blindspot. Por meio da 3a Delegacia de Investigação do Narcotráfico (DIN), do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), o alvo foi capturado num restaurante de alto padrão numa praia da Barra da Tijuca e transportado ainda ontem de volta ao Rio Grande do Sul por meio do avião da Polícia Civil.

O preso, que desde o início do ano passado estava escondido em Orlando, na Flórida, havia voltado ao país há 7 dias, quando foi identificado por agências de inteligência. A equipe de investigação do Denarc conseguiu  identificar o condomínio de luxo em que ele estava escondido, na zona leste da cidade do Rio de Janeiro.

Segundo o Delegado Gabriel Borges, responsável pela operação, o investigado começou no mundo do crime há pouco mais de uma década, praticando estelionatos e se aproximando de grandes lideranças em razão de vínculos parentais.

Pelo seu conhecimento e articulação, rapidamente ascendeu no mundo do crime. Passou a operar também outros crimes patrimoniais e atuar na lavagem de dinheiro por meio da utilização de pedras preciosas.

O investigado era piloto de corrida automobilística e piloto de aeronaves, e com isso ingressou no esquema de tráfico internacional de drogas, principalmente no transporte de cocaína de países produtores, como Peru e Bolívia, ao estado do Rio Grande do Sul.

No ano de 2022, o investigado foi um dos principais alvos da operação Kraken, deflagrada pela 1a Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul, em que mais de 1.300 policiais comprimiram 1.368 ordens judiciais contra a maior organização criminosa do Sul do país, na qual o investigado exerce papel de liderança.

Nessa investigação foi possível apurar que ele coordenava o esquema logístico de distribuição de cocaína via aérea no estado do Rio Grande do Sul, além de transportar e traficar armas de fogo de guerra, como metralhadoras .50 com capacidade de derrubar aeronaves.

A investigação apurou que o alvo utilizava rotas e pistas clandestinas para a remessa da cocaína, fazendo até mesmo sobrevoos com aeronaves carregadas com cocaína em cima de casas prisionais, como a Penitenciária Estadual do Jacui.

Esse mesmo investigado operava um grande esquema de lavagem de dinheiro com a utilização de pedras preciosas, buscando por vezes diamantes e esmeraldas na Europa e na Índia.

Também foi possível apurar a conexão do alvo com o Cartel Mexicano de Sinaloa, em que um dos seus contatos transportava cocaína pela América do Sul e Central com a utilização de um submarino.

Na ocasião da deflagração da operação Kraken em abril de 2022, o alvo obteve uma ordem judicial de soltura da operação anterior do Denarc e logrou êxito em fugir do país.

O acompanhamento constante do alvo apurou que ele fugiu para os Estados Unidos da América, montando sua base logística em Orlando/Flórida.

No exterior o alvo se aliou a um americano e montou uma empresa de aluguéis de veículos na Flórida, utilizada para lavagem de dinheiro.

Lá, levava uma vida de alto luxo, fazendo viagens em barcos de alto padrão e frequentando locais de encontro de celebridades.

Com a ramificação de seus contatos e aumento da base logística, o alvo aumentou de forma exponencial sua capacidade operacional, sendo que atualmente dominava a rota de tráfico aéreo de drogas no Estado do Rio Grande do Sul, introduzindo mais de 400kg de cocaína por semana no estado.

Com alta capacidade financeira o investigado passou a integrar a cúpula do grupo criminoso, sendo inserido, recentemente, no alerta vermelho da Interpol, que permite que criminosos de repercussão internacional sejam capturados no exterior.

Em novembro de 2022, o acusado foi avistado num aeroporto fora do Brasil, já com seu alerta na difusão vermelha da Interpol, mas percebeu que estava sendo monitorado e fugiu pelo aeroporto, abandonando suas malas e não sendo mais localizado.

Já em dezembro de 2022, o acusado foi localizado e abordado em um barco de luxo na Guiana, com mais três brasileiros. Por circunstâncias ainda desconhecidas, o investigado conseguiu, mais uma vez, fugir das autoridades, vindo a se refugiar num país da América Central.

Foto e fonte: Polícia Civil

 


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