Nesta quinta-feira (23), Ernani Davi Rodrigo Dassi, um dos proprietários do ônibus que caiu na barragem da Corsan e vitimou 17 pessoas em 2004, uma das maiores tragédias da história de Erechim, foi preso pela Brigada Militar, em cumprimento de uma ordem judicial, enquanto chegava em sua residência na Rua Distrito Federal, no centro de Erechim. Ele estava na condição de foragido da justiça.
Antes da prisão, a companheira do condenado, muito alterada, tentou impedir que os militares realizassem a abordagem do indivíduo, inclusive empurrando os policiais e trancando a casa pela parte externa.
Após inúmeras tentativas, os militares conseguiram entrar no imóvel e prender Ernani. Neste momento, a mulher agrediu um dos policiais e precisou ser contida pela guarnição, que lhe deu voz de prisão.
Diante dos fatos, os dois sujeitos foram encaminhados para a Delegacia de Polícia, sendo que o homem foi conduzido até o Presídio Estadual de Erechim.
A TRAGÉDIA
Por volta das 6h45min do dia 22 de setembro de 2004, o motorista do ônibus, fretado pela Prefeitura Municipal de Erechim para estudantes que residiam no Km 10 do Povoado Argenta e comunidades aos arredores, perdeu o controle sobre o veículo, despencando de uma pequena ponte que permitia a passagem de apenas um veículo por vez.
No ônibus estavam cerca de 30 pessoas, sendo que os alunos tinham entre 12 e 17 anos. Ao cair sobre as águas da barragem, que tinha aproximadamente de 10 metros de profundidade, teve início um grande desespero. Moradores das redondezas foram os primeiros a tentar o resgate dos acidentados. Em seguida o Corpo de Bombeiros, Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Estadual e funcionários de uma empresa instalada próximo ao local chegaram ao local para o trabalho de resgate.
Apesar do grande esforço das autoridades, ao todo 17 indivíduos vieram a óbito. Após os trabalhos se encerrarem, foi constatado a morte dos seguintes jovens: Márcio Miguel Dubil, Adriana Andréia dos Santos, Lucas Vezaro, Patrícia Maria Gevinski, Tânia Fátima Dambrós, Fernanda Paula Bortoli, Cristian Diego Modzinski, Daniela Paula Femelinski, Rubens Gelinski, Tiago Franceski, Gledis Sobis, os irmãos Júlio Antônio Pertile e Tatiana Fátima Pertile, Tainara Pereira dos Santos, Léia Terezinha R. Trindade e as primas Bruna Sandra Guareski e Elisângela Guareski.
No ano de 2017, Juliano Moisés dos Santos, condutor do ônibus, foi condenado por homicídio culposo a cumprir nove anos de prisão. Já os empresários Carlos José Demoliner e Ernani Davi Rodrigo Dassi foram condenados a seis anos de detenção. O laudo pericial constatou que o ônibus estava acima do limite de velocidade permitido (imprudência), que havia falhas de manutenção (negligência) e as condições da estrada eram ruins.
No ano passado (2022), Carlos Demoliner se apresentou à autoridade policial para início do cumprimento da pena. Ele encontra-se no Presídio Estadual de Erechim.