Paisley Dylan, de 30 anos, passou anos preocupada com o próprio peso. Não conseguia sair na rua sem evitar olhares estranhos e perguntas inapropriadas. Ela achava que emagrecer resolveria os seus problemas, mas foi surpreendida quando foi ao médico: tinha dois cistos gigantes no ovário.
A mulher vivia com dores fortes nas costas e tinha cólicas menstruais extremamente fortes. Apesar da pouca idade, ela não conseguia sequer amarrar o próprio cadarço.
“Presumi que meu estômago estava crescendo devido ao ganho de peso. Sempre fui ‘maior’ do que a maioria, altura e provavelmente peso, então eu apenas considerei isso”, escreveu a jovem, em uma publicação do Instagram.
Por essa razão, chegou a passar por consultas com dois clínicos gerais. Porém, ela apenas foi aconselhada a perder peso.
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“Sempre tive problemas com minha menstruação, sempre que ia ao médico para isso sempre me diziam para perder peso, ‘isso vai ajudar’. Quando meu estômago começou a ficar maior, eu culpei isso”, disse Paisley, ao site Wales Online, do País de Gales.
A jovem chegou a perder cerca de 19 kg em uma tentativa de diminuir o tamanho do estômago, mas não obteve sucesso.
A barriga continuou crescendo, ao ponto de uma mulher perguntar se Paisley estava grávida de trigêmeos.
“Eu não saí de casa. Toda vez que eu saía de casa, as pessoas olhavam para mim. As pessoas perguntavam se eu estava grávida. […] As pessoas vinham até mim e diziam: ‘Quando vai nascer?’. É constrangedor quando você tem que dizer que não. Uma mulher se aproximou de mim e perguntou se eu estava grávida de trigêmeos. É constrangedor para mim, é constrangedor para eles, é tudo em torno de uma situação embaraçosa”, relata a jovem.
Mesmo que o processo de emagrecimento não tenha surtido efeito, ela continuou ouvindo de especialistas que, em algum momento, veria diferença.
No entanto, em fevereiro de 2021, ela descobriu que tinha diástase dos retos abdominais (quando os músculos abdominais se separam e causam, geralmente, uma protuberância visível no abdômen). O quadro é comum em grávidas.
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Após o diagnóstico, ela voltou a tentar perder peso. Procurou ajuda para controlar uma possível compulsão alimentar (que ela descobriu que não tinha) e contou com auxílio de um coach de estilo de vida. No começo, não levava tão a sério os exercícios mas, em janeiro de 2022, decidiu que queria ficar “em forma e saudável” e conseguiu andar 15 mil passos todos os dias daquele mês.
“Certas manhãs foram esmagadoras e lembro-me de estar sentada chorando porque não conseguia me abaixar para amarrar os cadarços por causa do meu estômago. Chorando pelo fato de me deixar ficar assim e deixar meu estômago crescer tanto. Os médicos me disseram que era apenas gordura, então com certeza eu deveria apenas abaixar a cabeça, me concentrar e consertar a situação”, escreveu nas redes sociais.
Porém, nada ajudou a melhorar o quadro. Em outubro de 2022, ela passou por uma ressonância magnética.
“Meus pais estavam preocupados e, felizmente, pudemos fazer um exame privado. Quando entrei na clínica, o médico disse imediatamente ‘Isso não é apenas peso’. Meu estômago estava tão grande que não entrava na máquina corretamente. A varredura mostrou dois cistos, um maior e um menor. Mas eles disseram que a varredura foi comprometida, então não puderam ver o tamanho exato”, afirma Paisley.
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Após uma tomografia computadorizada, a jovem descobriu que o cisto principal media 46 cm x 45 cm, e o segundo (que estava na região da bolsa de Douglas) 11cm x 11cm. Eles somavam 42 litros – cerca de 41,5 kg.
No dia três de abril de 2023, após oito anos tentando emagrecer, ela drenou os cistos. A operação durou sete horas.
“Não havia muitos sintomas, porque vinha tão devagar que eu não percebi. Mas agora não sinto dor o tempo todo. Eu tinha sintomas, só não sabia. […] Depois da operação, eu ainda estava voltando, me lembro de meus pais estarem lá, e olhei em volta, parecia que podia ver meus pés, é uma loucura o diferença”, recorda Paisley.
Hoje, enquanto se recupera da cirurgia, ela compartilha sua história nas redes sociais, para conscientizar outras pessoas que nem tudo se trata apenas de ganho de peso. Ela afirma que, apesar de tudo, não sente raiva ou frustração pelo processo que teve de passar para receber o diagnóstico.
“Ainda há muito excesso de pele, mas parece estar diminuindo a cada dia. Todas as manhãs eu acordo parece um pouco melhor. Eu também sou capaz de dormir do meu lado agora. Meu esterno [osso na linha média anterior do tórax] está me assustando só porque não o vejo ou sinto há anos, presumo”, compartilhou, no Instagram.
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