O comandante do Exército, general Tomás Paiva, afirmou que a prisão do tenente-coronel Mauro Cid cumpriu as prerrogativas e as leis conforme prevê a Constituição Federal. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã de 3 de maio pela Polícia Federal em uma ação que apura a atuação de um grupo que teria inserido dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Mauro Cid foi detido pela PF dentro da Vila Militar em Brasília, onde o tenente-coronel residia.
“Foi uma autoridade policial que executou uma ordem judicial”, disse o comandante. “Estava acompanhado de um oficial do Exército do Batalhão de Polícia do Exército. Foi custodiado, está cumprindo, como previsto na lei, sua medida cautelar dentro do estabelecimento militar. Nada foi feito sem os cumprimentos das prerrogativas e das leis, conforme está previsto. Não vamos nos furtar a esse entendimento. Então, agora, o que está sendo feito, está sendo feito dentro da lei, e o Exército brasileiro não comenta decisão da Justiça. A gente cumpre decisão da Justiça”, afirmou Tomás.
Durante audiência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional na Câmara, o general respondeu a um questionamento feito pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que afirmou que Cid, como militar da ativa, não poderia ter sido preso pela Polícia Federal. Tomás está acompanhado dos comandantes da Força Aérea e da Marinha e do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
O diretor da Polícia Federal Andrei Rodrigues contatou o comandante do Exército horas antes da prisão de Mauro Cid e pediu que ele destacasse um oficial do Exército para acompanhar o cumprimento de “uma ordem judicial”. O contato é um procedimento de praxe para estas situações e está previsto em lei. Um oficial do Exército deve acompanhar a prisão de militares quando feita por policiais civis. O mesmo vale para policiais militares.
Ocupando postos de destaque no governo, Rodrigues e o general Tomás Paiva estavam em lados opostos na divisão do núcleo duro do governo sobre futuro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), após saída do general Gonçalves Dias.