Foto: AFP PHOTO / OceanGate Expeditio.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos informou na quinta-feira, 22, que o Titan, o submersível que levava cinco pessoas para visitar os destroços do Titanic, implodiu em virtude da “catástrófica perda de pressão interna na cabine”. Agora, as autoridades tentam determinar o que causou tal incidente, já que uma implosão subaquática ocorre quando uma embarcação não funciona em perfeito estado.
Um amigo de longa data de Nargeolet, um dos cinco que estava no submersível, disse à mídia francesa que, quando o contato foi perdido no domingo, ele rapidamente temeu o pior. “Infelizmente, pensei logo em um implosão”, disse o mergulhador aposentado Christian Pétron na sexta-feira, 16, à emissora France-Info. Nas profundidades em que o submersível estava operando, a pressão é intensa e implacável, observou ele. “Obviamente, ao menor problema com o casco, sua a implosão é imediata”, disse Pétron.
Uma implosão é um tipo de fenômeno de choque causado pela diferença das pressões externa e interna de um compartimento. As forças tentam encontrar um equilíbrio entre essas diferentes pressões, o que acaba comprimindo o compartimento. No caso de uma explosão, os destroços são lançados para longe. Mas em uma implosão, as forças fazem com que esse corpo, neste caso, o submersível, colapse em direção ao seu centro.
Segundo os pesquisadores, uma implosão subaquática, em princípio, segue a mesma lógica da demolição de prédios ou das bombas, mas com ingrediente extra, que é a água como meio para que ele ocorra. “Quando um submarino não funciona bem e afunda a profundidades cada vez maiores, o aumento da pressão da água em função da profundidade da água exerce uma pressão hidrostática correspondentemente mais alta na casca externa do submarino”, descreve a pesquisa.
Dessa forma, essa pressão pode acabar ultrapassando os limites da estrutura, e a implosão ocorre de uma maneira abrupta, em questão de milissegundos, e a casca do submarino é instantaneamente esmagada.
Não está claro onde ou quão profundo estava o Titan quando ocorreu a implosão, mas os destroços do Titanic estão a quase 4.000 metros abaixo do nível do mar. O submersível estava em cerca de 1 hora e 45 minutos na descida de aproximadamente duas horas quando perdeu o contato.
Na profundidade em que o Titanic repousa, há cerca de várias centenas de vezes a pressão que experimentamos na superfície, de acordo com Rick Murcar, diretor de treinamento internacional da Associação Nacional de Mergulho em Caverna.
Uma implosão catastrófica é “incrivelmente rápida”, ocorrendo em apenas uma fração de milissegundo, disse Aileen Maria Marty, ex-oficial da Marinha e professora da Florida International University.
“A coisa toda teria desmoronado antes que as pessoas lá dentro percebessem que havia um problema”, disse ela à CNN. “Em última análise, entre as muitas maneiras pelas quais podemos passar, isso é indolor.”
Especialistas dizem que é improvável que os corpos sejam recuperados.
Com informações: Estadão e CNN.
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