A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (03/08), a Operação Maturin, para desarticular organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro.
A ação mobiliza 120 policiais federais para o cumprimento de 20 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão em cidades do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com apoio de servidores da Receita Federal e de policiais militares (Brigada Militar) e penais (Susepe).
Concomitantemente, são executadas medidas voltadas à descapitalização do grupo, como sequestros de veículos e imóveis, apreensão de bens e encerramento de empresas de fachada, em valor estimado superior a 2,5 milhões de reais, e o bloqueio de valores em contas bancárias.
A investigação teve início em agosto de 2022, a partir do encontro de um “cardápio de drogas” em investigação sobre moeda falsa. A apresentação do cardápio, a quantidade e diversidade das substâncias oferecidas chamou atenção dos investigadores, levando à instauração de novo inquérito policial, com foco específico no tráfico de drogas.
Diligências indicaram que a venda de entorpecentes no varejo ocorria através de aplicativos de mensagens e que a entrega era operacionalizada por moto taxistas capitaneados pela organização. Todos os envolvidos se utilizavam de codinomes e diversos meios para ocultar suas identidades e dos usuários.
A comercialização de drogas no atacado ocorria com a utilização de “mulas”, responsáveis pelo transporte e estoque das substâncias em diferentes cidades. A organização recorria a aplicativos de caronas pagas e aluguéis de imóveis por temporada para operacionalizar a logística do tráfico.
Com o avanço da investigação, a Polícia Federal identificou o líder da organização e mapeou os fornecedores, as pessoas interpostas (laranjas) usadas para lavagem de capitais e os transportadores das substâncias ilícitas. No período de novembro de 2022 a abril de 2023, foram realizadas cinco apreensões de drogas, nas cidades de Santa Maria, Porto Alegre e Gravataí. Foram constatados, ainda, atos de lavagem de capitais, como ocultação de veículos, imóveis rurais e o uso de empresas de fachada para dissimulação da origem ilícita dos recursos.
O nome da operação é relacionado à obra “IT – A Coisa” de Stephen King. Na obra, Maturin é uma tartaruga colossal com aparência ancestral, afirmada como eterno inimigo da “Coisa”, criatura personificada na figura do palhaço “Pennywise” (Personagem utilizado como codinome do líder da organização criminosa).
Fonte: PF e Rádio Planalto.