18/10/2023 às 08h44min - Atualizada em 18/10/2023 às 08h44min

CHOCANTE: mulher foge após passar sete dias em cárcere privado sendo agredida e quase sem comida, em POA

Uma mulher de 21 anos, que vinha sendo mantida em cárcere privado há cerca de uma semana na zona sul de Porto Alegre, conseguiu fugir da residência e pedir ajuda à polícia.

 

Após diligências, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Capital conseguiu mandado de prisão contra um homem de 31 anos, que seria marido da jovem, e realizou a prisão na segunda-feira (16).

A mulher e o filho pequeno dos dois foram levados para um local seguro, segundo as equipes.

 

O relacionamento entre os dois teria começado há sete anos, quando ela tinha 14 anos. Segundo o relato da vítima, o comportamento do homem sempre foi violento, com agressões, e ela já havia tentado se separar, sem sucesso. A investigação indica que o agressor também praticava violência financeira, já que controlava o salário da mulher.

 

Conforme relato da vítima à polícia, a violência escalou na última semana, na noite do dia 9, quando ela e o então companheiro foram até a casa da mãe do homem para dormir, depois de levar o filho ao médico. Segundo a mulher, o parceiro se irritou com algo que viu no celular dela, aparelho que também seria controlado por ele.

 

 

— Ela afirma que, depois disso, foi acordada a socos e chutes no rosto. O homem teria levado ela de arrasto para a casa deles, coberta com casaco e toalhas para esconder os ferimentos. Ele teria a ameaçado, dizendo que se alguém a visse machucada ou se pedisse socorro, seria morta — explica a delegada Cristiane Ramos, titular da Deam.


Seis dias em cárcere

 

A mulher teria ficado em cárcere privado do dia 9, uma segunda-feira, até dia 15, sábado, quando se aproveitou de uma distração do homem e conseguiu fugir.

 

Nos dias que passou trancada em casa, afirma que não recebeu comida por dias e era agredida constantemente.

 

— Somente na quinta ele alcançou dois pacotes de wafer a ela. Nesse período, além de agressões físicas, ele também cortou o cabelo dela, com alicate e tesoura, e depois o raspou com uma máquina. Nos primeiros dias, ela disse que nem tentou fugir porque não conseguia enxergar, em razão de machucados nos olhos. Ela afirma que também foi abusada sexualmente e ameaçada de morte.

 

Ainda segundo a polícia, as roupas da mulher foram queimadas, e ela ficou apenas com a que vestia quando conseguiu ir à delegacia.

Fuga

 

A polícia afirma que a mulher conseguiu fugir de casa no sábado, após uma distração do homem. Na rua, ela pediu ajuda e pedestres acionaram a Brigada Militar, que a acompanhou até a casa da sogra para buscar a criança.

 

Depois, foi conduzida até a Deam, onde recebeu atendimento e foi encaminhada a um local seguro junto do filho.

 

 

A delegada Cristiane afirma que a equipe trabalhou para conseguir a prisão do homem o quanto antes, para resguardar a mulher. A detenção foi pedida ao Judiciário ainda no fim de semana, e ele foi preso na segunda pela manhã.

 

O indivíduo foi localizado no local de trabalho. Ele deve prestar depoimento nos próximos dias.
 

— Temos inúmeras situações, aqui na delegacia, que demonstram como funciona a evolução da violência doméstica: agressores que mudam de companheira e vão ficando cada vez mais violentos. Somente neste caso relatado, podemos verificar os cinco tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha: moral, psicológica, sexual, física e financeira, porque ela relata que tinha de entregar todo o salário para ele — pontua a delegada.

 

A investigação segue em andamento e deve ouvir demais testemunhas e pessoa próximas à mulher e ao homem. As equipes também aguardam pelo resultado de laudos periciais solicitados.

 

Conforme a Polícia Civil, o homem tem antecedentes por descumprimento de medida protetiva contra outra ex-companheira. Por esse fato, havia sido indiciado em agosto de 2023.



 

Fonte: GZH.


 
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