Um esquema de agiotagem foi alvo de operação da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas na manhã desta sexta-feira (27). Ao menos três pessoas foram presas. Outros três alvos da ofensiva estão foragidos.
Segundo o delegado Marco Guns, o grupo é investigado por três crimes relacionados à prática da agiotagem, principalmente em Canoas e Porto Alegre. Essa é a terceira fase da operação, que já prendeu 18 pessoas e revelou o envolvimento de facções criminosas no esquema.
— Nós descobrimos que a agiotagem hoje é autorizada e mantida por facções criminosas. A partir disso eles estão autorizados a torturar, aterrorizar as pessoas e mantê-las em dívida, mesmo com quitação — explicou Guns.
Em um dos casos investigados, os criminosos ameaçam uma família de Porto Alegre, que adquiriu um empréstimo e desde o início do ano sofre com extorsões. Nesse período, a dívida foi quitada, mas as cobranças não pararam. Um terreno e casas dessa família foram tomadas pelos agiotas. Os três envolvidos neste caso foram detidos na ação desta sexta.
— Essa vítima morava na casa com filhos, marido e o pai idoso. Pegou o empréstimo, pagou, mas era aterrorizada. A família teve que sair de casa e hoje mora em outro Estado — revelou o delegado.
Também é investigado o caso de uma outra vítima que foi levada para a Prainha do Paquetá, em Canoas, e torturada com chutes, coronhadas e ameaças com arma de fogo. A vítima foi obrigada a entregar o celular e fornecer a senha. Com os dados, os criminosos passaram a ameaçar também a esposa e a mãe da vítima. O mandante desse crime não foi encontrado e está foragido.
O terceiro crime apurado envolve um caso de coação no curso da investigação policial, por conta de um fato que aconteceu na segunda fase da operação. Uma das vítimas estava indo à delegacia reconhecer o agiota, quando outros integrantes do grupo passaram a ameaçar a família dele.
Fonte: GZH.