13/12/2023 às 11h43min - Atualizada em 13/12/2023 às 11h43min

Tribunal do Júri condena mãe e filho pelo assassinado de família ocorrido em Porto Alegre

Leonardo Radde / DICOM/TJRS.

Um dos casos de maior repercussão em Porto Alegre nos últimos anos teve desfecho nesta terça-feira (12). No fim da tarde, Dionatha Bitencourt Vidaletti foi condenado pelo assassinato de três pessoas da mesma família, em janeiro de 2020, no bairro Lami. A mãe dele foi condenada por disparo de arma de fogo. O destino dos dois foi definido pelo Conselho de Sentença, formado por sete mulheres, após dois dias de sessão no Foro Central.

 

Dionatha foi condenado a 35 anos e quatro meses de reclusão pelos três homicídios e pelo porte de arma. As três qualificadoras foram aceitas pelos jurados — motivo fútil, perigo comum, recurso que dificultou a defesa das vítimas. Dionatha já estava detido preventivamente na Penitenciária Estadual de Canoas desde 29 de janeiro de 2020, totalizando três anos, 10 meses e 19 dias. Assim, resta cumprir a pena de 31 anos, cinco meses e 11 dias de reclusão — contando o período de progressão de regime, como para o semiaberto. O regime inicial aplicado é o fechado, sem direito a apelar em liberdade.

 

Neuza Regina Bitencourt Vidaletti, mãe de Dionatha, foi sentenciada a dois anos de reclusão pelo disparo de arma de fogo, substituída por prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária.

 

Para calcular a pena pelos homicídios, a juíza Anna Alice Schuh aplicou o entendimento de crime continuado, benefício previsto em lei nos casos em que crimes de mesma natureza ocorrem em circunstâncias semelhantes de tempo, lugar e maneira de execução, autorizando que sejam considerados como conduta única, apenas com majoração da pena do caso mais grave.

 

O crime

 

O crime aconteceu em janeiro de 2020. Naquela tarde, a família voltava de uma comemoração de aniversário em seu veículo, pela Estrada Armando Inácio da Silveira, no bairro Lami, extremo sul de Porto Alegre.

 

Durante o trajeto, o Aircross no qual estavam as vítimas colidiu com a Ecosport de Dionatha, que estava parada no acostamento. O motorista, Rafael Zanetti Silva, não parou para prestar contas sobre o acidente, o que teria deixado o réu inconformado. Ele, então, passou a perseguir a família, acompanhado por Neuza.

 

Dionatha alcançou a família, que estacionou e desceu do veículo. Na discussão, a violência escalou e o réu atirou contra Rafael, sua esposa Fabiana da Silveira Innocente Silva, e o primogênito do casal, Gabriel, que morreram. As vítimas tinham 45, 44 e 20 anos, respectivamente, à época dos fatos.

 

A cena foi presenciada pelo filho caçula do casal, à época com oito anos, e pela namorada de Gabriel, que permaneceram no carro.




 

Créditos: GZH.


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