A vítima, identificada como Adão Beckmann, 55 anos, já tinha cumprido pena por homicídio e vinha sofrendo ameaças de morte. Mas o motivo da execução não estaria relacionado ao assassinato supostamente cometido por ele em 2004. Por trás da morte do ex-apenado, conforme testemunhas, estaria um esquema de agiotagem explorado por uma facção do Vale do Sinos.
Beckmann teria tomado dinheiro emprestado do crime organizado no início do ano. “Ele estava meio atrapalhado pelo troco que pegou com os manos”, comenta um conhecido. Em agosto de 2023, recebeu auxílio emergencial do governo de R$ 1 mil como vítima das enchentes de junho. A casa dele fica em área de banhado no final da Rua Alcântara, perto da Avenida dos Municípios.
A delegada de Homicídios de Novo Hamburgo, Marcela Ehler, não fala sobre possíveis suspeitos e motivação. Diz que nenhuma informação pode ser divulgada no momento.
Segundo ela, a condenação de Beckmann a 14 anos e sete meses em regime fechado por homicídio não consta no sistema da Polícia Civil. Em novembro de 2016, ele progrediu para o semiaberto, fugiu e foi recapturado em fevereiro de 2017. Em 2019, voltou ao semiaberto.
Testemunhas ouviram os tiros e perceberam o morador correndo para dentro de casa, no fim da tarde de domingo, mas não avisaram a Brigada Militar. Era só mais um episódio de disparos de arma de fogo e não havia a certeza de que o vizinho havia sido alvejado.
Mas Beckmann não saiu mais do chalé. Por volta das 18h30 de segunda-feira, moradores foram à casa e depararam com o morador deitado no sofá. Estava morto, com várias marcas de tiros. A BM foi acionada e isolou a área.
No pátio, havia vários estojos de pistola calibre 380, o que evidencia que o baleado correu até a sala para se proteger, onde agonizou até a morte. Não há câmeras na área. Os matadores teriam fugido de carro em direção à Avenida dos Municípios.
Créditos: ABC Mais.