"Socorro, não quero ir”, gritava a menina de 6 anos enquanto era sequestrada por dois homens na volta da escola, em Novo Hamburgo, no último dia 10. Uma semana depois, na tarde desta segunda-feira (17), o pai dela foi preso na região litorânea de Santa Catarina. A criança foi resgatada.
“Graças a Deus terminou essa angústia. Estou feliz e aliviada, mas tenho medo que ele faça de novo”, desabafou a mãe da menina, uma auxiliar de produção de 30 anos, ao saber da localização. “Estou ansiosa para tê-la de volta.” Ela foi casada por sete anos com o preso. Hoje tem medida protetiva contra ele.
Por volta das 17 horas do último dia 10, dois homens trancaram a frente do transporte de aplicativo quando chegava à casa da família, no bairro Primavera, e arrancaram a menina dos braços da avó. Um fez menção de estar armado. "Pegou minha filha pela cabeça, puxou pelos braços e jogou no carro. Ela gritava que não queria ir. Fui avisada no trabalho. Fiquei desesperada", relata a mãe. Os sequestradores estavam em um Sandero branco, conduzido por um terceiro envolvido.
Não é a primeira vez que o motorista de aplicativo de 42 anos foge com a filha. Na segunda-feira da semana passada, já sem o direito de ver a menina por decisão judicial, resolveu agir com violência. Mandou uma dupla, possivelmente armada, pegar a criança à força, no bairro Primavera.
Agentes da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo prenderam o homem por volta das 12h30 em Paulo Lopes, a 50 quilômetros de Florianópolis. Ele foi surpreendido na rua, quando ia ao mercado, e algemado. Na casa onde estava morando de favor, nas proximidades, os policiais resgataram a menina, na companhia de uma mulher.
Em carros separados, pai e filha chegaram no início da noite a Novo Hamburgo. Ele foi para o presídio. A criança, que se mostrava alegre e falante durante a viagem, retornou aos braços da mãe.
“A prisão preventiva dele foi decretada e ficamos vários dias apurando o paradeiro. Era a prioridade da nossa equipe. Não se trata apenas de um crime de rapto, mas também de danos psíquicos a uma criança, que acaba sendo exposta a um trauma por quem deveria lhe dar segurança e proteção”, declara o titular da 1ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, Tarcísio Kaltbach.
Créditos: Jornal ABC+.