Uma bebê de 8 meses foi retirada de seu próprio velório após sinais vitais serem detectados, na noite de sábado (19), em Correia Pinto, na Serra de Santa Catarina. Apesar da esperança gerada pela situação, a criança foi levada ao hospital, onde novamente foi constatada a morte, informou a prefeitura local.
O laudo definitivo sobre o caso será emitido pela Polícia Científica em até 30 dias.Cristiano Santos, pai da bebê, descreveu o momento como emocionalmente devastador. "Já estávamos bastante abalados, e então surgiu uma pequena esperança, mas infelizmente, tudo terminou dessa forma", lamentou.
O Corpo de Bombeiros Militar foi acionado por volta das 19h de sábado, após um farmacêutico que estava presente no velório utilizar um oxímetro infantil e identificar sinais de saturação de oxigênio e batimentos cardíacos na criança. A verificação foi confirmada por meio de um estetoscópio, e os batimentos, apesar de fracos, foram detectados.
Os bombeiros também realizaram um teste nas pernas da bebê, que não apresentavam sinais de rigidez, o que aumentou as suspeitas de que ela ainda estivesse viva. A menina foi imediatamente levada ao hospital, onde exames apontaram uma saturação de oxigênio de 84% e 71 batimentos cardíacos por minuto. No entanto, um eletrocardiograma feito logo após a chegada da criança ao hospital não detectou sinais elétricos, e o óbito foi novamente confirmado.
A bebê havia sido inicialmente atendida no Hospital Faustino Riscarolli, em Correia Pinto, durante a madrugada de sábado, quando foi declarada morta pela equipe médica. Conforme comunicado da prefeitura, a criança foi novamente levada ao hospital pelos bombeiros após o episódio no velório, mas, mais uma vez, foi constatada a ausência de sinais vitais.
Diante do ocorrido, a direção do hospital acionou a Polícia Científica, que se comprometeu a realizar uma análise detalhada e fornecer um laudo conclusivo em até 30 dias.
Áureo Arruda Ramos, proprietário da Funerária São José, responsável pelo preparo do corpo, explicou que o óbito foi atestado ainda nas primeiras horas do sábado. "Recebemos a declaração de óbito, fizemos o protocolo e levamos a bebê para os procedimentos de praxe na funerária", explicou ele. O velório começou por volta das 7h, e horas mais tarde, a família notou sinais que indicariam vida, como a movimentação da mão da criança.
Ele relatou que orientou os familiares a chamar os bombeiros ou um médico, o que levou à nova verificação dos sinais vitais.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) solicitou que o laudo cadavérico da criança seja emitido com prioridade, devido à repercussão do caso. Além disso, um ofício foi enviado para que a Delegada de Plantão e a Polícia Científica de Lages investiguem as circunstâncias da morte.
O MPSC requisitou o prontuário médico da bebê e solicitou depoimentos do médico responsável, dos pais, testemunhas e conselheiras tutelares envolvidas no caso. O objetivo é esclarecer as causas e o horário exato da morte, já que há divergências entre o relato inicial da família e a declaração de óbito emitida.
Segundo o Ministério Público, o pai da criança relatou que ela havia passado mal na noite de quinta-feira (17) e foi levada ao hospital, onde o médico diagnosticou uma virose e receitou medicamentos. No sábado, a menina voltou a passar mal e foi levada novamente ao hospital, onde o mesmo médico atestou sua morte, inicialmente causada por asfixia devido a vômito. No entanto, o atestado de óbito indica desidratação e infecção intestinal bacteriana como causas da morte.
O caso segue sendo investigado, e as autoridades buscam esclarecer os detalhes e responsabilidades do trágico episódio.