A Polícia Civil localizou o corpo de uma mulher de 29 anos na tarde desta terça-feira (29) em uma casa no bairro Lami, na zona sul de Porto Alegre. A vítima foi encontrada embaixo de uma cama, envolta em um saco plástico, após vizinhos acionarem as autoridades devido ao forte odor vindo da residência.
A mulher era mãe de um menino de três anos com necessidades especiais, que foi abandonado pelo pai em um ônibus intermunicipal que seguia de Porto Alegre a Gramado. O abandono ocorreu em 22 de outubro, em Três Coroas, gerando grande comoção. O pai, de 25 anos, havia sido preso por deixar a criança sozinha, mas foi liberado dias depois e novamente detido nesta quarta-feira (30), agora como suspeito de feminicídio.
Segundo a delegada Fernanda Campos, que conduz as investigações, o suspeito teria agredido a vítima, causando graves lesões, e, em seguida, a asfixiado. Após o crime, ele teria informado aos vizinhos que a mulher havia saído de casa. Durante o período em que esteve com o filho, ele pediu que acionassem o Conselho Tutelar, alegando dificuldades para cuidar da criança devido à sua condição de saúde.
A criança, que possui Síndrome de Apert, condição que exige alimentação por sonda e apresenta formações atípicas, foi encontrada no ônibus apenas com documentos e um laudo médico. O delegado Ivanir Caliari destacou que, inicialmente, a mãe também foi investigada por abandono, até que o corpo foi encontrado.
O crime de abandono foi descoberto na noite do dia 22 de outubro, quando passageiros de um ônibus intermunicipal notaram a criança sozinha e chamaram a polícia. Segundo as investigações, o pai desceu do veículo em Três Coroas e abandonou o menino na poltrona, munido apenas de alguns documentos.
Imagens de câmeras de segurança mostraram o suspeito deixando a rodoviária, o que permitiu sua localização. Em depoimento, ele afirmou que pretendia buscar tratamento em uma clínica de reabilitação e que não tinha condições de criar o filho.
O menino, encontrado com febre, roupas sujas e sinais de maus-tratos, foi levado a um hospital para receber cuidados e passa bem. Após a audiência de custódia em Taquara, o homem permanece preso preventivamente e responderá por abandono de incapaz e feminicídio. A Polícia Civil segue investigando o caso, que chocou a comunidade local.
Fonte: G1.
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