06/11/2024 às 07h15min - Atualizada em 06/11/2024 às 07h15min

Donald Trump é eleito o 47º presidente dos EUA após vitória histórica sobre Kamala Harris

Confira os detalhes da eleição e as primeiras manifestações de alguns líderes mundiais Nem mesmo as cerimônias espirituais de xamãs peruanos auxiliaram Harris.

 
Washington, D.C. — O ex-presidente Donald Trump conquistou um segundo mandato na Casa Branca, derrotando a vice-presidente Kamala Harris em uma vitória considerada histórica e cercada de polêmicas, segundo projeção do Fox News Decision Desk. A vitória ocorre após uma campanha turbulenta, marcada por reviravoltas inéditas e até tentativas de atentado contra o candidato republicano.

Trump assegurou o retorno ao poder ao ultrapassar o limite dos 270 votos eleitorais, com vitórias cruciais em estados decisivos como Carolina do Norte, Wisconsin, Pensilvânia e Geórgia. A confirmação veio após o anúncio de sua vitória em Wisconsin, onde ele havia perdido por uma margem estreita em 2020.

Em discurso na madrugada desta quarta-feira em West Palm Beach, Flórida, Trump agradeceu a seus apoiadores, celebrando o que chamou de “o maior movimento político de todos os tempos.” Em tom otimista, prometeu inaugurar uma "era de ouro" para os Estados Unidos. “É uma honra extraordinária ser eleito o 47º presidente. Todos os dias lutarei por cada cidadão americano, pela sua família e pelo futuro de uma América forte, segura e próspera”, declarou.

A eleição deste ano foi marcada por mudanças inesperadas. Kamala Harris entrou na disputa há pouco mais de 100 dias, após a renúncia do presidente Joe Biden, que havia vencido as primárias democratas, mas abriu mão da candidatura. A campanha de Harris, voltada especialmente para os estados do Rust Belt, considerava a Pensilvânia como uma das peças-chave para alcançar os 270 votos eleitorais, mas não obteve o resultado esperado.

Com a vitória, Trump se torna o único presidente a cumprir dois mandatos não consecutivos desde Grover Cleveland, eleito em 1884 e reeleito em 1892. Trump, que derrotou Hillary Clinton em 2016 e perdeu a reeleição para Biden em 2020, volta à Casa Branca após uma campanha intensa de quase dois anos, retomando o slogan “Tornar a América Grande Novamente.”

 
Cerimônia espiritual no Peru em apoio a Harris

Curiosamente, enquanto o país ainda registrava votos, xamãs peruanos realizavam em Lima uma cerimônia de apoio espiritual a Kamala Harris. O ritual, liderado por Felix Rondan e outros sacerdotes, tinha como objetivo enviar boas energias à candidata democrata, invocando as “quatro direções” – Mãe Água, Pai Ar, Mãe Terra e Avô Fogo.

Apesar da torcida espiritual, os xamãs admitiram que não tinham uma visão clara sobre quem ocuparia a Casa Branca, explicando que a escolha de Harris foi motivada por um pedido da Mãe Terra.


 
​Manifestações extrangeiras

Apesar de os resultados eleitorais oficiais ainda estarem em processo de apuração em alguns estados dos EUA, líderes internacionais já parabenizam o ex-presidente Donald Trump por uma vitória projetada, demonstrando confiança em sua volta à Casa Branca.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky foi um dos primeiros a se manifestar, destacando seu apreço pelo compromisso de Trump com a abordagem de "paz através da força". Em uma publicação nas redes sociais nesta quarta-feira, Zelensky relembrou seu encontro com Trump em setembro, durante o qual discutiram a parceria estratégica entre Ucrânia e Estados Unidos, assim como estratégias para enfrentar a agressão russa. “Esse princípio de paz pela força é exatamente o que pode nos aproximar de uma paz justa para a Ucrânia”, afirmou Zelensky, esperançoso de que a abordagem de Trump possa ajudar a encerrar o conflito. Ele reforçou também a expectativa de que o apoio bipartidário dos EUA à Ucrânia se mantenha forte.

Durante a campanha, Trump declarou que encerraria o suporte americano ao esforço de guerra de Kiev, sugerindo que poderia resolver o conflito “em um dia”. Propostas de paz discutidas por seu vice, JD Vance, incluiriam concessões à Rússia, como a permanência de territórios ocupados e a neutralidade da Ucrânia.

A reação não veio apenas da Europa. Em Pequim, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, destacou que o país almeja uma "coexistência pacífica" com os EUA sob o novo governo, reforçando que o foco da China será a continuidade de uma relação baseada no respeito mútuo e na cooperação benéfica para ambos os lados.

Outro aliado importante, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, expressou sua satisfação com o que chamou de “maior retorno da história”, declarando que o retorno de Trump representa uma nova era para os EUA e para a forte aliança com Israel. O presidente israelense Isaac Herzog também se manifestou, congratulando Trump por seu “retorno histórico” e destacando a importância de sua amizade com Israel.

À medida que a apuração se aproxima do final e a confirmação oficial de Trump se torna uma questão de tempo, a postura dos líderes internacionais reflete otimismo em relação a seu novo mandato.


 

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