O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), realizou nesta terça-feira (3) a Operação Centauro, com o objetivo de enfraquecer uma facção criminosa atuante no Norte do Estado. O grupo é investigado por tráfico de drogas, porte ilegal de armas, homicídios, lavagem de dinheiro e por fabricar denúncias falsas contra policiais militares de Ronda Alta, em uma tentativa de dificultar ações de combate ao crime.
Durante a operação, foram cumpridos 14 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão em cidades como Ronda Alta, Passo Fundo, Palmeira das Missões e Sarandi. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de 25 contas bancárias, incluindo uma com movimentação de R$ 1,9 milhão em apenas quatro meses.
Segundo o promotor André Dal Molin, coordenador do GAECO, a operação é um passo essencial para preservar a integridade das instituições públicas de segurança. Já o promotor Manoel Antunes, responsável pela investigação, apontou que a facção utilizava falsas acusações contra policiais militares como estratégia para enfraquecer o Estado e garantir a continuidade de suas atividades ilegais.
A investigação teve início após a Corregedoria-Geral da Brigada Militar denunciar tentativas de coação por parte da organização. Policiais chegaram a enfrentar processos disciplinares baseados em acusações forjadas, criadas para frear operações em áreas dominadas pelo tráfico.
A facção, ligada a uma das maiores organizações criminosas do Estado, operava a partir de presídios, com núcleos voltados para atividades financeiras e operacionais. Conforme o promotor Antunes, a lavagem de dinheiro era realizada por meio de transações fragmentadas, ocultando os recursos até que eles alcançassem a cúpula da organização.
A Justiça autorizou o sequestro de até R$ 2 milhões de cada conta bancária investigada. Dos 14 suspeitos presos, nove já estavam encarcerados, mas continuavam coordenando atividades criminosas.
A operação contou com o apoio da Brigada Militar e da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), além da colaboração dos promotores Diego Pessi, Rogério Caldas e Maristela Schneider.
Para o MPRS, a Operação Centauro é uma demonstração clara de que o Estado está comprometido em combater o crime organizado e garantir a proteção das forças de segurança. A investigação segue em andamento, e novas ações não estão descartadas.
Fonte: Polícia Civil.