Criminosos têm utilizado métodos cada vez mais criativos para enviar drogas e materiais ilícitos a presídios no Rio Grande do Sul. Em novembro, policiais penais abateram um drone que sobrevoava a Penitenciária de Canoas (Pecan) e encontraram uma pomba morta carregando entorpecentes em seu interior.
A tática foi debatida durante o **Fórum Interinstitucional Carcerário (FIC)**, realizado na última sexta-feira (6). De acordo com a promotora Alessandra Moura Bastian da Cunha, o uso de animais mortos é uma estratégia para evitar suspeitas, já que a presença de uma ave sem vida no pátio não costuma chamar a atenção.
— Os drones transportam materiais ilícitos utilizando pombas mortas. As drogas são colocadas dentro dos animais, que caem no pátio da penitenciária, onde não despertam desconfiança — explicou a promotora.
O uso frequente de drones para transportar ilícitos também gerou discussões sobre a política de abate desses equipamentos. Policiais penais relataram dificuldades devido a restrições ao disparo contra os drones, temendo possíveis sindicâncias.
Porém, o superintendente da Polícia Penal, Mateus Schwartz dos Anjos, esclareceu que as investigações sobre esses disparos são apenas protocolares e, quando a conduta é justificada, os processos são arquivados.
— As apurações ocorrem para formalizar a ação, mas quando se comprova o procedimento correto, os casos são arquivados — destacou Schwartz, que ainda apontou a importância do controle do uso de munições por razões legais e logísticas.
Outro tema abordado durante o fórum foi a situação de segurança no Complexo Penitenciário de Canoas. A preocupação aumentou após o assassinato de Jackson Peixoto Rodrigues, conhecido como “Nego Jackson”, líder de uma facção criminosa. Em razão da gravidade dos temas discutidos, o encontro não foi transmitido ao público, como ocorre normalmente.
O uso de drones para contrabando de ilícitos e as fragilidades no sistema de segurança penitenciário no Rio Grande do Sul evidenciam a necessidade de uma atuação coordenada entre as autoridades. O objetivo é intensificar o monitoramento e impedir a entrada de materiais proibidos nas unidades prisionais, garantindo maior segurança.
Fonte: GZH.